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Andre Bordignon
Gerência Setorial do Agronegócio
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A conscientização da população sobre a importância da conservação dos recursos naturais e do respeito ao meio ambiente tem gerando uma onda de crescimento de sistemas de produção que seguem princípios agroecológicos que favoreçam a saúde de produtores e consumidores. As práticas associadas à agricultura orgânica possibilitam desenvolver um padrão produtivo bastante distinto à agricultura “moderna”. Sem o uso de insumos sintéticos, a agricultura orgânica contribui para recuperar conceitos tradicionais e inova na utilização de tecnologias agroecológicas, destacam Assis & Romeiro (2005).
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o setor de orgânicos movimentou em 2014 R$ 2 bilhões, e, em 2016, R$ 2,5 bilhões, demonstrando ser um potencial negócio e em ascensão. Conforme Ming Liu, diretor do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável, esse mercado vem crescendo e conseguindo vencer a forte crise pela qual passamos neste momento, e a cada dia mais empreendedores investem no segmento se capacitando, certificando e procurando saber como participar do mercado que mais cresce no mundo.
No Brasil, 1.541 municípios já têm produção de orgânicos, correspondendo a 28% dos municípios do País. O número de produtores rurais no cadastro nacional do Mapa é 16.794, sendo 7.930 com certificação por auditoria de terceira parte e o restante credenciado aos sistemas participativos de garantia ou organizações de controle social.
Uma parceria entre o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável e a empresa Market Analysis rendeu uma pesquisa sobre o consumo de produtos orgânicos no Brasil. O estudo demonstrou que 15% da população urbana comprou ou consumiu alimento orgânico recentemente; e na região Sul esse número sobe para mais de 35%. Dentre os consumidores de orgânicos, a grande maioria consome hortaliças e frutas, e a busca pela saúde é o principal motivador da escolha por orgânicos em todas as regiões do País.
Outra informação importante trazida pela pesquisa é que o varejo convencional é o principal ponto de compra de orgânicos: 64% os compram no supermercado, e o principal critério de escolha do produto é o preço. Assim como os valores pouco acessíveis aparecem como a principal barreira para a compra de orgânicos.
Diante desse panorama, o mercado de orgânicos está em ascensão e com enormes possibilidades de empreender, mas ainda carece de tecnologia e capacitação para aliar pesquisa e informação ao trabalho desenvolvido no campo e tornar este sistema mais eficiente para enfrentar os desafios mercadológicos. Assim, produtores de todos os portes – mas principalmente os micro e pequenos, que enfrentam maiores desafios para se manterem competitivos – devem colocar em suas estratégias a qualificação permanente e a busca por inovações e reduções de custos.
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