Projeto Apicultura melhora produção e venda de criadores de abelhas

Relatório da primeira etapa mostra que resultados superaram as metas estipuladas. Segundo ciclo inicia nesta sexta-feira, 5/4

O Projeto Apicultura na Região da Campanha e Fronteira Oeste teve tanto sucesso em sua primeira fase, encerrada no fim de março, após dois anos, que, na segunda etapa, expandiu a área de atuação. A partir desta sexta-feira, até 2021, atenderá outras regiões do Estado e passará a se chamar Projeto Apicultura da Região da Campanha, Fronteira, Sul, Metropolitana e Vale do Taquari.

A gestora de Projetos do Sebrae RS na Campanha e Fronteira Oeste, Valéria Braz, explica que “o projeto tem o objetivo de aprimorar os processos produtivos e as relações comerciais dos apicultores que primam por agregar valor ao mel e seus subprodutos, através de ações de capacitação e gestão”. Dentre essas ações, há cursos de apicultura básica e avançada, consultorias técnicas nos apiários, dias de campo com os grupos em apiários itinerantes, consultorias gerenciais e missões técnicas como seminários e congressos de apicultura.

O apicultor Mario Edemar Forgiarini, de Santana do Livramento, está entre os que se beneficiaram com as atividades do programa. Pioneiro da região em meliponicultura, cultivo racional de abelhas sem ferrão, Forgiarini começou na atividade em 1999, como hobby, com apenas duas colmeias. Hoje, está com 160, de seis espécies (Tubuna, Jataí, Mandaçaia, Manduri, Mirim e Apis), divididas em áreas urbana e rural.

Ele acredita que, “o Sebrae proporciona uma visão de negócio e de técnicas de gestão, auxiliando a ter parâmetro e controle para ver se vale a pena. Mesmo que não haja retorno, acredito que a criação é sempre recompensadora, pois, no mínimo, contribui-se com a natureza. É uma ajuda para a preservação das espécies. Quanto mais abelhas, mais flores, frutos, sementes e produção de mel medicinal. É um benefício para toda a cadeia”. Na mesma linha de raciocínio do empreendedor, Valéria acrescenta que “as abelhas são importantes para o ecossistema. Sem elas, além de se perder mel e produtos agrícolas, a vegetação e a alimentação seriam drasticamente reduzidas”.

Primordial na alteração de uma lei que não permitia a criação de abelhas em área urbana, por se acreditar, erroneamente, que elas eram perigosas, Forgiarini agora tenta a permissão para levá-las a Áreas de Preservação Permanente (APPs), por acreditar que “a capacidade de produção, o raio de ação limitado e a competição saudável entre as espécies são indicativos de que elas não atrapalhariam no espaço”.

Nos primeiros dois anos do Projeto Apicultura, os resultados foram excelentes. Em volume físico de vendas, cuja meta era de 522 mil kg, alcançou-se 736 mil kg, graças ao aprimoramento das relações comerciais. Devido à melhora dos processos produtivos, a produtividade por colmeia está, atualmente, com uma média de 27,53 kg – a meta era de 26 kg. Além disso, cem participantes do projeto implementaram ferramentas básicas de gestão. Para a fase que começa nesta sexta-feira, “150 apicultores já estão inscritos e mobilizados”, afirma Valéria.

O projeto faz parte do Programa Juntos para Competir (Farsul, Senar-RS e Sebrae RS), cujo objetivo é atuar na melhoria dos processos produtivos, qualificação tecnológica e gerencial e agregação de valor aos produtos, gerando o aumento da competitividade e maior rentabilidade para os apicultores participantes do projeto.

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