Escolas encontram alternativas para manter a educação infantil ativa durante o isolamento

Diretores apostam em videoconferências e envio de materiais para atividades em casa. Objetivo é superar o desafio do distanciamento social e queda nas receitas

A pandemia do Coronavírus alterou a rotina de todos, fechando shoppings, lojas, restaurantes e também escolas. Com a nova realidade, os pais passaram a trabalhar de casa e as crianças a terem aula por vídeo. No entanto, a relação online tem se tornado uma dúvida para os pais e um desafio especial para as escolas de educação infantil. Enquanto buscam alternativas para manter a atividade e a aprendizagem das crianças, as escolas enfrentam pressão pela redução ou cancelamento das mensalidades.

“Uma semana depois que começou o isolamento, nós já recebemos pedidos de desconto. Mesmo com a escola fechada, é importante destacar que os maiores gastos, como aluguel e folha de pagamento, se mantêm”, disse Letícia Mello, diretora da Escola de Educação Infantil Up Kids, de Porto Alegre.

Desde o ano passado, o Sebrae RS possui um projeto de gestão com mais de 20 escolas de educação infantil da região metropolitana de Porto Alegre. O principal objetivo é fazer com que, através da gestão por excelência, as instituições possam oferecer serviços ainda mais qualificados, tanto para os alunos, quanto para as famílias. “Com o isolamento, nós percebemos a dificuldade das escolas em manter a atividade de educação infantil, inclusive pela pressão por redução das mensalidades, o que afeta a sustentabilidade dos negócios. A nossa recomendação é não economizar em criatividade e empatia no relacionamento com as famílias para superar este período”, explicou Felipe de Mattos Zarpelon, gestor de projetos do Sebrae RS.

E é exatamente isso que a Escola de Educação Infantil Ser Criança, de Porto Alegre, tem feito. “Nós entendemos que as famílias estão com dificuldade, por isso estamos trabalhando individualmente com cada uma delas. Mas também precisamos que elas entendam que escola e família precisam pensar juntas. A escola precisa sobreviver e a família precisa colocar a escola como uma das prioridades na vida dos filhos”, ressaltou a diretora Susana Fogliatto.

Para que essa parceria continue, os professores e diretores têm pensado em novas ações para se manterem perto das crianças. “Todos os dias, mandamos atividades para que eles possam fazer em casa, então estamos sempre conectados”, contou Susana. Na Escola Up Kids, a videoconferência também têm sido uma opção. “É importante que as crianças enxerguem o professor e interajam com os colegas. Também estamos sempre propondo atividades diferentes para pais e filhos, e passando dicas para que eles consigam enfrentar bem este período. Por isso, o que a gente pede é que os pais tenham a noção de que se as matrículas não se mantiverem, muitas escolas irão fechar”, declarou Letícia.

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