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Da Redação
Você sabe quantas toneladas de CO2 produz por ano? E tem ideia de como medir, reduzir ou compensar o volume de suas emissões para contribuir de forma efetiva com a sustentabilidade do planeta? Pois em novembro, uma plataforma online desenvolvida pela startup AKVO-ESG, de Erechim, chega para responder essas perguntas e ajudar pessoas e empresas a atingirem a meta do carbono zero.
A AKVO-ESG foi a única gaúcha a passar pelo funil das AGTechs do Sebrae for Startups, de São Paulo, no mês passado, iniciativa que reuniu mais de 80 startups de todo o País e selecionou 42. Agora, a AKVO-ESG vai ganhar quatro meses de mentoria com um head de aceleração e conexões com o mercado, do Sebrae SP, e se preparar para os futuros pitches com investidores.
O objetivo da plataforma AKVO-ESG é medir a pegada de carbono de empresas e residências a partir de indicadores como consumo de combustíveis (gás e gasolina), consumo de eletricidade e geração de resíduos. O sócio Jean Budke explica que, a partir deste inventário, o usuário pode seguir dois caminhos: reduzir as emissões, adotando as orientações sobre melhores práticas de ESG – sigla do inglês Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G) – ou compensá-las, comprando créditos de carbono diretamente na plataforma, que conecta os usuários a projetos de sequestro de emissões.
A jornada da empresa começou em 2020, no Programa Startup RS do Sebrae RS. Desde então, os três sócios se dedicam ao desenvolvimento da tecnologia que será lançada em novembro, em Erechim, durante a Frinape – maior mostra empresarial da Região do Alto Uruguai e, agora, também a 1ª feira carbono zero do Rio Grande do Sul.
“A AKVO, que significa água em Esperanto, é uma plataforma universal, com foco em sustentabilidade, e se aplica tanto a um home office quanto a uma grande indústria”, diz Budke, que dirige a startup ao lado dos sócios Adriano Ziger e Thomaz Tomazoni, todos biólogos. Ele esclarece que cada tonelada de CO2 retirada da atmosfera por empresas de sequestro de carbono gera um crédito para neutralizar emissões. No Brasil, segundo ele, há cerca de 200 projetos dedicados a isso, sendo que a média de valores por tonelada varia de 26,00 a cerca de 100,00. Para se ter ideia, uma residência gera cerca de 10 toneladas por ano.
De acordo com Budke, no Brasil ainda falta regulamentação e conscientização para o mercado de carbono. Mas o modelo regulado, fora do País, tem gerado um movimento que começa a sensibilizar as empresas nacionais. “Recentemente atendemos uma indústria de embalagens que começou seu projeto carbono zero, pois, um grande cliente final da serra gaúcha exigiu a certificação. É uma pegada ambiental que começa a impactar a cadeia de fornecimento”, avalia.
A AKVO-ESG é a segunda empresa dos sócios, que há dez anos comandam a Florestal Alto Uruguai (FAU), de Erechim, dedicada a consultoria tecnológica, inovação, mentoria e mapeamento para o agronegócio. A FAU já atendeu mais de 5 mil propriedades em todo o Brasil. “Nascemos no fundo de um galpão no interior do RS, com três biólogos. Hoje, somos 25 colaboradores”, lembra Budke.
Segundo o coordenador de Projetos Setoriais do Agronegócio do Sebrae RS, André Bordignon, as práticas ESG chegaram para movimentar o mercado. “Claro que são necessárias adequações, mas está repleto de oportunidades de negócios, tanto no cenário urbano quanto no rural”, avalia. Os principais recursos disponíveis e investimentos, segundo ele, estão direcionados ao compromisso de todos na redução do GEE gases de efeito estufa pactuados nas metas da agenda 2030 da ONU.
Para Bordignon, a caminhada está apenas iniciando e há muito a aprender sobre o “mercado de carbono”, principalmente, no que tange à mensuração do balanço entre a emissão e o sequestro de carbono. “Para amenizar as incógnitas e a falta de legislação no suporte às negociações de créditos de carbono é necessário aproximar ainda mais os elos das cadeias produtivas, sendo que o agronegócio é quem tem o maior potencial de sequestrar carbono e oferecer créditos para os demais setores da economia”, completa Bordignon.
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