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Da Redação
Erechim – A sexta edição do Encontro MPE Grande do Sul reuniu cerca de 70 lideres empresariais e de entidades em Erechim, nesta quarta-feira, dia 8, para apontar as necessidades e potencialidades dos pequenos negócios da região Norte gaúcha. Com esta ação, que esta percorrendo o Estado, o Sebrae/RS quer elaborar uma radiografia que aponte aos futuros administradores municipais, que tomarão posse em janeiro de 2013, os principais caminhos para melhorar o ambiente econômico municipal e viabilizar o crescimento das micro e pequenas empresas.
Os debates realizados em Erechim mostram que os empresários e as entidades associativas estão focadas em buscar junto aos executivos municipais a implementação de políticas publicas que possam desenvolver os empreendimentos de pequeno porte. A efetiva colocação em prática da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, uma das bandeiras do Sebrae/RS, é um dos principais pleitos da classe empresarial. Na região Norte, são sete as cidades que implementaram a legislação.
Ainda foram apontados pelos participantes do encontro iniciativas como o incentivo para a abertura de novas empresas, maior facilidade e ampliação do acesso ao crédito para os empreendimentos já estabelecidos, melhorias na área de infraestrutura e viabilização do crescimento sustentável para MPEs, uma questão que começa a tomar corpo entre os dirigentes de pequenos negócios.
De posse de mais este documento construído na região Norte, o Sebrae/RS segue construindo o mapa estratégico que apontará, ao final da série de Encontros MPE Grande do Sul, como é possível impulsionar as micro e pequenas empresas em todos os municípios gaúchos. “A radiografia que o Sebrae/RS fará até setembro será apresentada no dia 4 de dezembro, em Porto Alegre, no Fórum de Gestão Pública, e, posteriormente, entregue aos 497 prefeitos que iniciarão seus mandatos em 1º de janeiro de 2013”, disse o superintendente do Sebrae/RS, Léo Hainzenreder. Ele destacou que, embora representem 99% das empresas no Brasil, as MPEs são responsáveis por apenas 20% do Produto Interno Bruto nacional. “É preciso qualificar a mão-de-obra, investir em inovação e modernas práticas de gestão, no planejamento estratégico e buscar a profissionalização continuada para que os pequenos negócios possam ampliar o seu percentual de participação no PIB”, avaliou;
A visão do Sebrae/RS
Léo Hainzenreder apresentou para as lideranças regionais locais a visão do Sebrae/RS sobre as MPEs e o desenvolvimento local e regional. Ele destacou que, hoje, o Sebrae/RS tem como público-alvo mais de 1 milhão e 100 mil empreendimentos formais no Rio Grande do Sul, englobando micro e pequenas empresas, empreendedores individuais e produtores rurais. “Na região Norte, temos um público potencial de 85.684 empreendimentos formais, para ofertarmos gestão empresarial, incentivo a busca pela inovação e tecnologia, acesso a mercados, orientação ao crédito, o fomento ao empreendedorismo e impulso a políticas públicas que criem um ambiente econômico favorável ao crescimento dos pequenos negócios”, afirmou o superintendente.
Hainzenreder falou sobre ações importantes que o Sebrae/RS coloca em prática para impulsionar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas. “Temos o Programa Negócio a Negócio, que visa a melhoria da gestão das micro empresas e dos empreendedores individuais e que deverá atender a mais de 45 mil negócios deste porte em 2012. Com o SebraeTec e o programa Agentes Locais de Inovação (ALI), estamos levando às MPEs a consciência do quanto é importante buscar processos inovadores. O Programa Sebrae 2014 nos permite mostrar aos pequenos negócios gaúchos como usufruir da série de oportunidades que serão geradas no Estado com a Copa do Mundo de 2014”, falou.
O dirigente ainda lembrou de iniciativas como o Sebrae Mais, o Sebrae no Territórios da Cidadania, o importante trabalho de sensibilização realizado na regulamentação e da implementação da Lei Geral das MPEs nos municípios gaúchos, e o Programa Fornecer, realizado em parceria com o Governo Estadual, abrindo novas e boas perspectivas para os empreendimentos de pequeno porte em relação as compras governamentais.
Cenários
O economista e consultor do Sebrae/RS, Eduardo Starosta, apresentou cenários para a região, o Rio Grande do Sul e o Brasil do ponto de vista das micro e pequenas empresas. Ele traçou um paralelo entre o crescimento econômico brasileiro, gaúcho e da região Norte, mostrando que a economia local tem oscilações mais intensas do que o padrão gaúcho. “A região mostra tendência de aumentar sua participação na economia brasileira e gaúcha, com um crescimento econômico médio regional predominantemente superior aos padrões do País e do estado”, salientou.
O consultor lembrou que a o setor agropecuário do Norte gaúcho é responsável por 22% do PIB regional e 10,5% do PIB estadual. Tem como destaques produtivos a soja, milho, trigo, erva-mate, suínos e aves. “Sua matriz produtiva é baseada em commodities, mostrando uma dinâmica de expansão superior a gaúcha e brasileira”, acrescentou Starosta.
Na área industrial, a região tem uma dinâmica similar a do Rio Grande do Sul, porém com faixas de crescimento mais intensas. Representando cerca de 22% do PIB regional e 3,28% do PIB estadual, a indústria da região Norte vem crescendo em ritmo superior à gaúcha e à brasileira. Erechim, Aratiba e Frederico Westphalen são os maiores pólos industriais da região, concentrando 63% do PIB das fábricas. Na última década, o PIB industrial cresceu muito, quase triplicando, nas cidades de Aratiba, Frederico Westphalen, Jacutinga e Palmeira das Missões.
No setor de comércio e serviços verifica-se uma dinâmica predominantemente convergente ao do PIB agrícola regional. O setor responde por cerca 49% do PIB regional e vem crescendo em ritmo superior à média gaúcha e brasileira. Esse aspecto positivo está associado à dinâmica do agronegócio da região.
As exportações da região passaram, nos últimos anos, especialmente por conta das commodities. Representando em 2011, 0,95%% das vendas internacionais do Rio Grande do Sul, a exportação do Norte gaúcho cresce em níveis inferiores ao do Estado desde 2006. Dos 72 municípios que integram a região, 18 são exportadores, sendo que a dinâmica exportadora está calcada no binômio agronegócio-material de transporte.
Em termo de empregabilidade, em 2010 a região ultrapassou o patamar de 12,5 mil empresas. O numero é significativo e também reflete o lento aumento de participação no contexto gaúcho. “A dinâmica de evolução empresarial da região, mesmo positiva, e um ponto critico regional. O Norte gaúcho conta com uma média de uma empresa para cada 38 habitantes, o que é igual que a média estadual, mas insuficiente para impor uma arrancada social e econômica”, afirmou Starosta.
A região ainda mostra uma vocação para comércio, serviços de hospedagem e agricultura, em matéria de densidade empresarial. Os segmentos com tendência de expansão são o comércio varejista, transporte e comunicações, administração técnica profissional e serviços médicos.
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