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Casal retoma o sonho de empreender após perder tudo em enchente

Em maio deste ano, dona Eliane e seu Cláudio foram vítimas do alagamento que atingiu o município de Barra do Rio Azul

atualizado em: 08/11/24

Da Redação

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Em maio deste ano, enquanto Porto Alegre vivia o caos, uma realidade bem próxima, cercava o pequeno município no Norte do Estado. Barra do Rio Azul comporta aproximadamente 1.7 mil habitantes, uma cidade pequena, cuja renda das famílias, vem grande parte da agricultura e de pequenos negócios.

O município é cortado pelos rios Paloma e Azul que com os altos volumes de chuva, transbordaram no início deste ano, e deixaram cerca de 250 pessoas desalojadas. Em 2023, o município foi atingido também por uma enchente de grandes proporções deixando muitos munícipes sem casas.

O casal empreendedor, seu Cláudio e dona Eliane Lazarotto perderam seus bens nas duas vezes em que a cidade ficou tomada pelas águas. Seu Cláudio era responsável por cuidar do mercado em que mantinha há um bom tempo. Já dona Eliane, há mais ou menos 12 anos, trabalhava com a costura, produzindo peças de diversos modelos para venda. A paixão por essa profissão, começou ainda quando era jovem e iniciou a confecção de lingeries – suas primeiras peças.

Um hobbie que mudou a vida de Eliane

Após anos de trabalho, Eliane quis ter o seu próprio negócio, e assim alavancar suas vendas, se tornando uma empreendedora. Isso não foi nada difícil para ela. “Fazia as primeiras peças na cozinha ou na sala mesmo. Não tinha um espaço apropriado para isso. Mas aí surgiu a oportunidade de me tornar uma microempreendedora, que foi quando eu conheci o Sebrae. Depois de muitas conversas, consultorias com a Analista de Relacionamento Tania, eu resolvi então abrir uma sala para me dedicar ainda mais às costuras”, conta Eliane.

Após conhecer o trabalho oferecido pelo Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, e receber o suporte necessário para se tornar uma empreendedora, dona Eliane começou a elevar seu grau de experiência e de peças em produção. “Me aperfeiçoei, e comecei a fazer cortinas, lençóis peças no geral. Os produtos já estavam saindo com a marca, e etiqueta tudo certinho. Isso graças a ajuda que o Sebrae me deu lá no início, quando abri meu negócio”, explica.

Juntos a gente supera

Quando o Estado do RS estava em calamidade, o Sebrae viu a importância de estar próximo de cada micro e pequeno empreendedor, sendo o motivador para que não renunciassem aos seus negócios. “O Sebrae tem na sua grande missão ajudar os pequenos negócios, e naquele momento não foi diferente. Apesar de ser algo inédito, que nunca havíamos passado, o Sebrae imediatamente se reestruturou e buscou ajudar da melhor maneira possível cada negócio atingido pela enchente de maio de 2024. A dona Eliane e seu Cláudio se inscreveram no Programa Sebraetec Supera, programa de reembolsos para empresas atingidas pelas enchentes, e de imediato já iniciamos os atendimentos, orientando, buscando entender como estavam, e como era a situação naquele momento”, comenta a Analista de Relacionamento do Sebrae RS – Regional Norte, Tania Inês Witschinski Gehlen.

Tudo desabou

“A primeira vez a gente perdeu tudo, mas tínhamos a estrutura da casa, então ainda tinha a minha loja, as coisas da costura e o mercado. E quando recomeçamos a organizar tudo, veio a segunda enchente e tirou tudo de nós. Ficamos sem casa, sem loja, sem mercado – sem nada!”, ressalta. A casa que dona Eliane e seu Cláudio moravam e que mantinham o negócio da família, foi arrancada pela correnteza das águas. Sem conseguir salvar nada, após a enchente, Eliane recebeu a doação de duas máquinas de costura, e adquiriu a terceira através do Programa Sebraetec Supera, para agora reviver o seu negócio.

Uma história que foi construída dia após dia. Bens, que foram desejados durante anos. Ver tudo sendo perdido em questão de minutos deixou no casal uma

dor inexplicável. Apesar de tudo, uma coisa é bem clara para o seu Cláudio. “Eu e a minha esposa sempre ficamos unidos, – juntos. Cada um tinha o seu negócio, mas era nosso. Perdemos tudo, dormimos em mais de 20 colchões diferentes, mas se ela está bem, eu fico bem também. A nossa união e de toda família fez toda diferença nesse momento”, finaliza Cláudio Lazarotto.

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