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Como os gestores públicos podem contribuir para o crescimento do PIB gaúcho

atualizado em: 04/12/12

Da Redação

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Economista Marcelo Portugal apontou a necessidade das administrações públicas ampliarem seus investimentos em saúde, educação e segurança

Da Redação
As atividades da tarde do V Fórum de Gestão Pública começaram com a exposição dos 5 Desafios Municipais, realizada pelo diretor executivo da Agenda 2020, Ronald Krumenaeur, da Agenda 2020. Ele falou sobre a criação de um grande banco de dados on-line, que estará à disposição dos prefeitos gaúchos para observar os desafios elencados pelo trabalho dos voluntários da Agenda 2020, nas áreas da saúde, educação, segurança, saneamento e economia.
 
Em seguida, transcorreu a palestra do economista Marcelo Portugal denominada “O Cenário Econômico do Rio Grande do Sul”, que concentrou-se no cenário de longo prazo para o Estado. Ele começou perguntando qual a contribuição que o setor público pode dar para que o Rio Grande do sul possa crescer mais rapidamente, recuperando participação no Produto Interno Bruto (PIB) Nacional.
 
Segundo Marcelo Portugal, o PIB do Rio Grande do Sul deverá se recuperar fortemente em 2013, apresentando um crescimento bem acima do PIB brasileiro. Ele prevê que o Produto Interno Bruto gaúcho deverá crescer 5,7% contra 4% do PIB Brasil. Para isso, será importante uma boa safra agrícola no Estado. Ele entende, ainda, que a inflação pelo IPCA deverá chegar a 5,4% e taxa Selic deverá ser de 7,25%.
 
E, segundo ele, é importante que isso ocorra, uma vez que o PIB gaúcho teve forte queda neste ano, causada, especialmente, pela forte seca do primeiro semestre de 2012. Com a retração do setor agropecuário, o desempenho positivo da indústria, do comércio e serviços nos últimos meses é que deverá ser o fator importante para levar o PIB gaúcho próximo à zero até o final deste ano, mas com possbilidade de finalizar em -2% na comparação com 2011. 
Além disso, a compra de máquinas e implementos por agricultores deverá se reverter em melhores indicadores os últimos dias de 2012.
 
Ele destacou, ainda, que o crescimento do PIB brasileiro estimado pelos analistas de mercado para 2012 em 1,52%, dificilmente será atingido. “Vai ser muito difícil atingir a meta. Acredito que o crescimento da economia deverá ficar mais próximo de 1% neste ano”, estima. Marcelo Portugal enfatizou que o resultado do PIB do terceiro trimestre ficou aquém das expectativas, que previam uma alta em torno de 1%, porém a alta no período é três vezes a verificada no trimestre anterior, quando houve elevação de 0,2%.
 
Com relação à estimativa de crescimento defendida pelo ministro Guido Mantega para 2013, de 4%, Marcelo Portugal considera que o país terá de fazer muito esforço para atingir a meta. “Parece algo cada vez mais distante e improvável. Sem dúvida, será preciso acelerar muito”, projetou.
 
Produtividade com qualificação
Para o economista, em um cenário de longo prazo, o Rio Grande do Sul pode crescer por meio de fontes como a acumulação de capital, a expansão da força de trabalho e a elevação da produtividade do capital e do trabalho. Mas Portugal salientou que não adianta expandir a força de trabalho com pessoas que não tenham nível de produtividade elevado. Por isso, há a necessidade de se investir em conhecimento, tecnologia de ponta, educação e treinamento, qualificando mão-de-obra.
 
“Nossa receita cresceu mais do que a arrecadação. Só que gastos em custeio cresceram desproporcionalmente. O Poder Executivo está perdendo participação em investimentos, ou seja, temos que redirecionar ganhos de arrecadação para investimento e criar mecanismos que facilitem esses investimentos”, alertou o economista.
 
Marcelo Portugal falou, também, que o Estado arrecada muito em relação ao serviço prestado. “Os recursos são concentrados em gastos correntes e há pouco investimento em infra-estrutura. É preciso haver a melhoria no serviço público e a criação de consensos. E a responsabilidade é de todos os setores da sociedade, desde os eleitores até, e principalmente, os gestores públicos”, apontou.
 
Nesse sentido, observou que é preciso ter uma gestão pública eficiente e focada no resultado, “que proporcione mais educação e saúde para suas comunidades. Só assim teremos municípios, estados e um país mais fortes”, concluiu.
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