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Da Redação
São Paulo – O dólar fechou praticamente estável nesta segunda-feira (25/06), com investidores divididos entre as incertezas do cenário externo e a possibilidade de atuação do banco central no câmbio.
A moeda operou em alta durante todo o pregão, mas reduziu os ganhos próximo ao final dos negócios, fechando com ligeira alta de 0,06 por cento, cotada a 2,0660 reais na venda.
O dólar encerrou perto da mínima do dia, de 2,0645 reais. A máxima foi de 2,0790 reais.
Segundo operadores, os investidores seguem cautelosos e sem fazer grandes apostas em meio aos temores de que a cúpula da União Europeia (UE), que ocorre esta semana, não resulte em medidas efetivas para combater a crise na região.
“Os problemas são os mesmos e conhecidos. Não sabemos se será dado mais dinheiro ou não para ajudar os países da zona do euro, e há uma retração em vários mercados, inclusiva na China. Com isso, o mercado aqui seguiu um pouco ‘de lado’. Os investidores estão mais cautelosos, está todo mundo preocupado”, avaliou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.
No cenário externo, a aversão ao risco voltou a aumentar nesta segunda-feira, com as bolsas registrando fortes quedas, com a visão de que a cúpula da UE, que começa na quinta-feira, não deve apresentar medidas efetivas para impedir uma deterioração da crise da dívida na zona do euro.
A chanceler alemã, Angela Merkel, já afirmou nesta segunda-feira que a responsabilidade compartilhada da dívida com a zona do euro é “econômica errada” e “contraproducente”, e se mostrou preocupada de que esse seja o foco da cúpula.
A Espanha também pediu formalmente nesta segunda-feira ajuda europeia para seus bancos, mas sem detalhes sobre o valor de quanto, de fato, o país precisará. O mesmo fez o Chipre, também oficializando um pedido de resgate.
Para Medeiros, com as incertezas no exterior, ainda pode ocorrer uma pressão de alta sobre o dólar. No entanto, ele diz acreditar que o mercado ainda segue atento a uma possível atuação do Banco Central, apesar de isso não acontecer por dez sessões seguidas.
Um economista, que prefere não ser identificado, citou que o mercado externo serve de bússola na maior parte do dia.
“O cenário externo mais preocupante acaba influenciando na valorização do dólar ante outras moedas. Acho que é mais essa aversão ao risco mesmo”, avaliou.
Às 17h23 (horário de Brasília), o dólar tinha alta de 0,24 por cento ante uma cesta de divisas, enquanto o euro caía 0,40 por cento ante o dólar.
No entanto, a fonte destacou ainda que investidores seguiam de olho na possibilidade de intervenção do BC, o que não ocorreu e pode ter ajudado a moeda a reduzir ganhos.
Para ele, o BC segue atento ao fluxo e também pode voltar no caso de uma alta maior da moeda norte-americana.
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