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Da Redação
A mulher se torna mãe e vê suas prioridades mudarem. Para seguir investindo na carreira, precisa construir uma nova rotina, mas com quem deixar o filho? Aline Sillos estava grávida da primeira filha quando resolveu largar a jornada de 12 horas em um escritório para trabalhar em home office como arquiteta. Assim, teria mais tempo para a filha Cecília. Não deu certo. A produção caiu, ela precisou colocar a filha na escolinha e voltar à antiga rotina.
Atrás de uma alternativa para seguir produtiva e estar próxima da filha, em 2017 ela criou, junto com a irmã advogada Nádia Sillos, a Moma Coworking + Kids, no bairro Cristal, em Porto Alegre. O espaço comercial tem estações de trabalho com internet, impressora, telefone e até café. Na sala ao lado, funciona o Moma Kids, área infantil com cuidadoras, equilibrando o trabalho com a vida familiar.
“Fiz da minha necessidade um negócio, sem ter noção do modelo de mercado, dos clientes e das reais necessidades de uma empresa. Como nunca havia sido empreendedora, não tinha o feeling empresarial e tive muita dificuldade no começo. As pessoas não vinham ao espaço e eu não sabia o porquê. Fui observando e adaptando a rotina da empresa. O crescimento veio de muitos erros e alguns acertos”, comenta a empresária.
Começar uma empresa não é uma tarefa fácil. Acreditar no seu produto ou serviço é fundamental, mas não é tudo. Além de conhecer muito bem o mercado em que se pretende atuar, o empreendedor precisa conhecer a si mesmo e desenvolver suas próprias habilidades empreendedoras, como aconteceu com a Aline e a Moma Coworking. Por isso, é importante lembrar de um parceiro que pode auxiliar a validar o negócio e que pode proporcionar uma visão mais completa do setor, principalmente, no começo quando ainda há muitas dúvidas.
Abri meu Negócio e Agora?
Há 19 anos no Sebrae RS, Clovis Glesse, já viu os mais variados perfis de empreendedores: desde os de sucesso até os que tiveram vários fracassos, reinventaram-se e hoje estão bem colocados no mercado. O gestor de atendimento do Sebrae RS diz que o primeiro passo é não se deixar influenciar pelo modismo. Para ele, aprofundar a pesquisa e a busca de informações sobre o ramo de atuação são sinônimos de uma maior chance de sucesso na hora de empreender.
Ter um Plano de Negócios bem claro e estruturado é outro fator importante que ajuda o empreendedor. O plano analisa a viabilidade de investimentos, discute e constrói objetivos, materializa as ideias e as colocam em uma sequência, submetendo-as a uma série de questões. “Quanto mais perguntas o empresário conseguir responder, mais preparado estará para abrir o empreendimento, reduzindo riscos e incertezas. Por querer empreender imediatamente, as pessoas esquecem do Plano de Negócios e acabam sofrendo no começo”, lembra Glesse.
Além disso, uma boa Consultoria em Gestão pode ser outra alternativa para quem abriu recentemente a empresa e ainda tem dúvidas na hora de estruturar a modelagem de negócios, de testar e validar as ações, entre outros. Segundo o gestor do Sebrae RS, “cada orientação acontece conforme o estágio em que o empreendedor está. Avaliamos se ele tem experiência, o que motivou a exercer a atividade, o que ele sabe sobre o assunto da empresa, entre outras informações. A partir daí, damos o direcionamento correto. Por exemplo, se o empreendedor tem conhecimento sobre a atividade em que irá atuar, é oferecido algumas práticas de gestão, como fluxo de caixa, para o empresário ter uma melhor noção dos compromissos que terá com a nova empresa”.
Nenhum negócio dará certo sem uma carteira de clientes e com bons fornecedores. São aspectos de gestão importantes e que geralmente as empresas têm dificuldades em entender e executar. O problema acontece quando o empresário acha que tem condições de fazer tudo sozinho e assume riscos, como fez a Aline Sillos. No caso dela, a empresa só começou a trazer resultados depois que a empresária entrou para o Programa de Economia Criativa do Sebrae RS, que foi entendendo as fragilidades do negócio, construindo uma rede de networking, criando um Plano de Negócio, formatando um perfil empresarial para buscar clientes e planejando os rumos da empresa.
“Depois de um ano com o Sebrae, sigo modelando o meu perfil empresarial, a questão financeira está mais clara, estou aprendendo sobre marketing, gestão de pessoas e já consigo ver um norte para o meu negócio”, comenta Aline. Hoje, a Moma Coworking + Kids já tem três funcionários. Quem vê a ideia mais estruturada, não imagina que o primeiro ano da empresa foi de muitos tropeços, testes que deram errados, validações de ideias, até chegar nas decisões certas. Essas são situações bem comuns na maioria das empresas que têm uma boa ideia e querem tirá-la do papel imediatamente.
Qualificação que traz resultados
Não tem desculpa! Hoje em dia, há uma infinidade de materiais para manter-se informado. As plataformas de capacitação são as mais variadas. Entre as opções estão os cursos “Já sou empresário. E agora?”, “Planejamento para fazer acontecer” e “Plano de ação de curto e médio prazo”. Para quem já quer conhecer o conteúdo gratuito e online, basta acessar sebraers.com.br/empreendedorismoquetransforma e explorar os cursos.
O gestor de atendimento do Sebrae RS Clovis Glesse faz um alerta: “o empreendedor precisa ter disciplina para conseguir dar conta de tudo, enquanto toca os negócios”. Algumas ações simples podem ajudar nessa largada do novo negócio, dando maior segurança na abertura da empresa. Confira três dicas consideradas essenciais para o gestor do Sebrae RS:
1 – A quem atender. Ter uma ideia do público-alvo facilita na hora de montar as estratégias do negócio.
2 – Como atender. Saber como vai se comunicar com o público, quais plataformas de divulgação para o público-alvo é importante para otimizar o tempo, não o desperdiçando com ações que não gerarão resultados à empresa.
3 – Inovar sempre. Estar muito atento ao movimento do mercado, pois é necessário estar em constante renovação. Em outras palavras, é fazer um “prato gourmet” do seu negócio. Ter um produto tradicional com valor agregado, que proporcione mais do que o serviço em si, traga ao consumidor um atendimento diferenciado.
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