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Da Redação
Igrejinha – Encontrar formas de reduzir custos e melhorar a produtividade é um desafio para qualquer empresa, especialmente em época de crise. Para incrementar os negócios, a Anatália Calçados, de Igrejinha, investiu em inovação e desenvolveu, com a ajuda de parceiros, um equipamento que modificou a rotina de produção.
A indústria integra o projeto Desenvolver o Arranjo Produtivo Local (APL) do Calçado nos Vales do Sinos e Paranhana, uma iniciativa do SEBRAE/RS idealizado em 2015 por meio de uma parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O objetivo é proporcionar aprimoramento técnico das micro e pequenas empresas (MPEs) que se posicionam como fornecedoras da cadeia de sapatos, otimizando o fornecimento de produtos e a prestação de serviços para outras partes que compõem o APL.
Conforme conta a gestora do projeto na Regional Sinos, Caí e Paranhana do SEBRAE/RS, Carolina Strack Rostirolla, a iniciativa está no terceiro ciclo. “O foco é aumentar a eficiência produtiva, reduzir o retrabalho e alavancar a lucratividade das unidades de fornecimento participantes do projeto”, ressalta. Atualmente são 60 empresas e nove âncoras (média ou grande porte).
A Anatália Calçados, que ingressou no projeto em 2015, atua no mercado há 15 anos, e tem como especialidade o acabamento de saltos e solados. Carolina destaca que, quando os sócios Anatália Silva dos Santos e Fábio Alberto Ermel entraram no grupo, o custo de produção estava alto e havia pouca competitividade. “O processo de pintura dos saltos era muito manual, e o custo ficava elevado. A partir de consultorias e da ideia de automatizar essa etapa, a realidade deles se transformou”, disse.
Fábio enfatiza que a “alta produtividade requer preço bom, o que é difícil com grande mão-de-obra. Foi então que resolvemos automatizar essa etapa do processo”. Com a ajuda de um engenheiro, foi desenvolvida uma máquina capaz de desempenhar as tarefas com supervisão de sete funcionários. Antes eram necessárias 28 pessoas para desenvolver o mesmo trabalho. “Paramos de contratar pessoal para essa função e realocamos os demais em outras áreas”, explica Ermel.
A máquina começou a operar após quatro meses de pesquisa e desenvolvimento e o impacto nos custos foi sentido de imediato. O valor investido para cada par de calçado era de R$ 0,39, número que baixou para R$ 0,07. A produtividade do equipamento é tanta que poderiam atender novos clientes. “No fornecimento para uma grande empresa conseguimos produzir 6 mil pares por dia, mas é possível fazer até 8,5 mil, então podemos atender outras indústrias”, comenta o sócio. O próximo passo é reduzir novamente o número de operadores, passando de sete para cinco. Atualmente existem quatro unidades da máquina no mercado.
Carolina Rostirolla observa o compromisso do projeto em estimular cada vez mais o desempenho das empresas fornecedoras. “Acompanhamos mensalmente os indicadores. Se as metas não forem atingidas, é estruturado um plano e suas ações executadas”, finaliza.
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