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Da Redação
O Painel “Empreendedorismo é a bola da vez!”, abriu a programação do III Seminário Estadual Brasil Mais Simples, que ocorreu durante a 28ª Mercopar – Feira de Inovação Industrial, no Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul – RS. O evento foi ministrado pelo economista da FIERGS, Giovani Baggio, e pela Analista técnica da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Helena Rego.
Helena começou com um alerta: “eu não consigo ver uma solução para o País que não seja através do empreendedorismo”. Para reforçar essa afirmação ela ainda fez a plateia lembrar que cada um ali possui ao menos um primo, um tio ou conhece alguém que empreende e que está fazendo a economia crescer.
Dentro deste contexto, a analista apresentou dados sobre o empreendedorismo nacional. O Brasil tem hoje 14 milhões de micro e pequenas empresas (MPE), sendo mais de 9 milhões de microempreendedores individuais (MEIs). Além disso, os pequenos negócios são os grandes geradores de novas oportunidades, com mais de 500 mil empregos gerados só em 2019. “Enquanto as grandes empresas estão demitindo, as pequenas estão contratando. Falamos de uma política pública que oportunizou a formalização. O MEI é oportunidade de empreender”, destacou ela.
“Através da formalização, é possível emitir notas fiscais e não precisa fugir da polícia. MEI é empreendedor, não é um ‘bico. Sete em cada dez MEIs passaram a comprar e vender melhor, depois que se formalizaram; três em cada dez sustentam a família. Nos municípios menos desenvolvidos, o MEI formou a quitanda”, reforçou.
Apesar de todos os programas nacionais para amenizar a burocratização, o empreendedor ainda precisa enfrentar a crise econômica e alguns processos que seguem lentos. O resultado disso é a 109ª posição no Doing Busness, projeto que proporciona uma medida objetiva dos regulamentos para fazer negócios cuja sua implementação acontece em 190 países. A meta brasileira é estar na 50ª posição. “Para isso, é preciso que as regras sejam mais simples para que os empreendedores consigam cumprir”, finalizou Helena.
A situação do Brasil
O economista da FIERGS, Giovani Baggio, preferiu trazer um panorama da economia e da produção industrial, setor que também é responsável por potencializar a economia do Rio Grande do Sul. Baggio falou sobre como o empreendedorismo se comportou depois de uma das maiores crises da história e o que aconteceu para prejudicar o crescimento econômico no ano passado.
Entre elas, estão a crise da Argentina, que impactou nas exportações de manufaturados, a greve dos caminhoneiros que travou o País, a polarização nas eleições, a queda da barragem de Brumadinho e os ruídos na articulação da reforma da previdência, que deixaram investidores em compasso de espera. “Este ano, a produção industrial está se recuperando e o Rio Grande do Sul está tendo um desempenho melhor do que o restante do Brasil”, destacou. O Estado registra alta de 6,9% na produção industrial e o Brasil uma queda de 1,3%. A alta vem motivada pelo setor de veículos, através da produção de automóveis, caminhões, entre outros.
“Para o fechamento de 2019, temos alguns elementos que ajudam a acreditar que a expectativa será de crescimento. A confiança elevada, o mercado de trabalho desaquecido, a ociosidade na indústria, a inflação controlada e os juros baixos, a queda sistemática do endividamento das famílias e os estoques ajustados são os principais elementos para essa crença”, destacou o economista.
Menos burocracia para crescer
Na abertura do III Seminário Estadual Brasil Mais Simples, o Diretor Superintendente do Sebrae RS, André Godoy, lembrou que ainda é preciso fazer muito para reduzir a burocracia no ambiente dos pequenos negócios, que representam 99% das empresas no brasil e são os grandes responsáveis pela geração de emprego e renda.
O diretor também mostrou o que a organização, em parceria com o Governo do Estado, já fez para melhorar o ambiente para empreendedor. Entre essas ações, está a implementação do Redesimples, que já digitalizou 18 milhões de documentos do acervo da Jucis-RS, alterando completamente seu sistema operacional, gerando processos digitais mais ágeis, modernos e seguros.
“Ainda temos muito trabalho pela frente, mas é importante reiterar que, juntos, órgãos públicos e privados, conseguiremos tornar a vida do empreendedor mais fácil, dando condições para que exerçam na plenitude o empreendedorismo que transforma”, finalizou Godoy.
Logo em seguida, o secretário de Governança e Gestão Estratégica, Claudio Gastal, representando o Governador do RS Eduardo Leite, ressaltou a importância do empreendedor como agente de impulsionamento da economia do Estado. Para ele, “um Estado que tem responsabilidade possui mais chance de estimular a economia, gerando um ambiente propício para o empreendedor. Quem gera riqueza e transforma a vida do cidadão é o empreendedor. Ele quem tem ousadia para investir no próprio negócio. Precisamos transformar o sistema tributário para que ele se seja quase invisível para o empreendedor”, destacou.
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