Empresários projetam primeiro trimestre cauteloso

Pesquisa trimestral Expectativa dos Pequenos Negócios retrata preocupação dos empreendedores diante do cenário de recessão

Da Redação

Porto Alegre – Um começo de ano difícil em um cenário menos otimista para os negócios. O SEBRAE/RS apurou em janeiro o resultado da pesquisa Expectativa dos Pequenos Negócios Gaúchos para o 1º trimestre de 2015. Realizado pela oitava vez consecutiva desde 2013, o trabalho revela o pior índice em todo o histórico medido pela equipe da gerência de Planejamento e Orçamento da instituição, chegando a apenas 58,04 pontos em uma escala de zero a 100, conceituada entre “muito pessimista” para o mínimo e “muito otimista” para o máximo. No último trimestre de 2014, a apuração havia resultado em 63,7 pontos, isto é, uma queda de pouco mais de cinco pontos.

Pela experiência da técnica Andréia Grätsch do Nascimento, coordenadora da pesquisa, a queda do índice de expectativa dos empresários que responderam ao questionamento pode ser atribuída à desaceleração da atividade econômica registrada no ano passado. “Além disso, estamos vivenciando uma conjuntura de apreensão diante de aumentos de preços em diversos insumos, tais como energia elétrica, combustíveis e transportes. Esses aumentos irão impactar em outros itens de custos importantes aos empreendedores”, avalia Andréia.

A pesquisa Expectativa dos Pequenos Negócios Gaúchos para o 1º trimestre de 2015 foi realizada entre os dias 5 e 19 de janeiro de 2015. A amostra foi de 600 representantes de micro e pequenas empresas (MPEs) e 598 Microempreendedores Individuais (MEIs). A coleta foi realizada por telefone. Quando separadas por grupos, as respostas variam um pouco, sendo mais acentuado o declínio entre os Microempreendedores Individuais. Para esse trimestre, eles somam um índice de 57,87, bem abaixo dos 64,92 do último período de 2014. Já os empresários de Micro e Pequenas Empresas somaram 58,2 pontos, sendo que no último trimestre de 2014 havia sido 62,47 pontos.

Ainda separados por portes de negócio, no segmento dos MEIs, todos os setores atuantes – indústria, comércio e serviços – apresentaram o mesmo comportamento de cautela sobre otimismo. Os índices foram 57,49 na indústria, 58,36 no comércio e 57,67 nos serviços. No segmento das micro e pequenas empresas, o setor de serviços apresentou a maior redução de expectativa, revelando um índice de 57,6, seguido pelo comércio, com 58,2, e pela indústria, com 59,5. “Vale destacar que em comparação ao último trimestre de 2014 todos os setores apresentaram redução no índice de expectativa que eram os três acima de 60 pontos.

O trabalho do SEBRAE/RS ao fazer o levantamento junto aos empreendedores de pequenos negócios tornou-se uma ferramenta de análise para os cenários econômico e social no segmento de micro e pequenas empresas do Estado. “O número final de expectativa é um indicador do resultado futuro dos negócios e entende-se que quanto maior o otimismo, maior o ritmo de atividade. Os dados são disponibilizados por perfil de público (MEI e MPE) e por setor de atividade econômica (indústria, comércio e serviços), contudo, trata-se de um retrato momentâneo da percepção das pessoas sobre o que esperam para o desempenho das empresas”, explica a técnica da gerência de Planejamento e Orçamento do SEBRAE/RS.

Para o primeiro trimestre de 2015, verificou-se, ainda, que todos componentes do índice, tais como “Economia do País”, “Ramo de atividade do seu negócio”, “Número de pessoas que trabalham na empresa”, “Faturamento da Empresa”, “Custo Financeiro e Custo Operacional da Empresa” e “Investimentos em Infraestrutura, Máquinas e Equipamentos”, apresentaram queda. O destaque fica para o item “Faturamento”, que partiu de 67,59, no último período de 2014, para 56,0 nesse trimestre.

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