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Da Redação
Santa Maria – Cerca de 60 líderes empresariais e representantes de entidades associativas estiveram reunidos nesta terça-feira, na Cidade Universitária, durante o encontro MPE Grande do Sul, promovido pelo Sebrae/RS, para debater as necessidades e potencialidades dos pequenos negócios da Região Centro. Santa Maria foi a sétima parada desta iniciativa do Sebrae/RS que irá gerar uma radiografia para indicar aos futuros administradores municipais como implementar políticas públicas que possam incrementar as micro e pequenas empresas.
As discussões, mais uma vez, tiveram como foco principal as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades vislumbradas pelas micro e pequenas empresas. O crescimento dos pequenos negócios locais, segundo a avaliação das lideranças empresariais da região Centro, passa por uma série de iniciativas dos órgãos públicos. Entre elas, maior incentivo para a abertura de novas empresas, a facilitação do acesso ao crédito para os empreendimentos já estabelecidos, a implementação da Lei Geral das MPEs, especialmente nos que diz respeito a desburocratização de registro e de fechamento das empresas e na priorização nas Compras Governamentais de até R$ 80 mil. Também voltou a ser levantado pelos líderes a questão do desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas.
Ao abrir o evento, o superintendente do Sebrae/RS, Léo Hainzenreder, salientou a importância da presença dos empresários e empreendedores no encontro. “Vocês estão nos ajudando a construir um documento fundamental para orientar ações futuras em todos os municípios com foco no desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas”, enfatizou. Ele lembrou que “a radiografia que o Sebrae/RS fará até setembro, por meio de dez encontros, será apresentada no dia 4 de dezembro, em Porto Alegre, no Fórum de Gestão Pública, e, posteriormente, entregue aos 497 prefeitos que iniciarão seus mandatos em 1º de janeiro de 2013”.
Segundo o superintendente, embora representem 99% das empresas no Brasil, as MPEs são responsáveis por apenas 20% do Produto Interno Bruto nacional. “É preciso qualificar a mão-de-obra, investir em inovação e modernas práticas de gestão, no planejamento estratégico e buscar a profissionalização continuada para que os pequenos negócios possam ampliar o seu percentual de participação no PIB”, avaliou.
A visão do Sebrae/RS
Léo Hainzenreder apresentou para as lideranças regionais locais a visão do Sebrae/RS sobre as MPEs e o desenvolvimento local e regional. Ele destacou que, hoje, o Sebrae/RS tem como público-alvo mais de 1 milhão e 100 mil empreendimentos formais no Rio Grande do Sul, englobando micro e pequenas empresas, empreendedores individuais e produtores rurais. “Na região Centro, temos um público potencial de 94.085 empreendimentos formais, para ofertarmos gestão empresarial, incentivo a busca pela inovação e tecnologia, acesso a mercados, orientação ao crédito, o fomento ao empreendedorismo e impulso a políticas públicas que criem um ambiente econômico favorável ao crescimento dos pequenos negócios”, afirmou o superintendente.
Hainzenreder falou sobre ações importantes que o Sebrae/RS coloca em pratica para impulsionar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas. “Temos o Programa Negócio a Negócio, que visa a melhoria da gestão das micro empresas e dos empreendedores individuais e que deverá atender a mais de 45 mil negócios deste porte em 2012. Com o SebraeTec e o Programa Agentes Locais de Inovação, estamos levando às MPEs a consciência do quanto é importante buscar processos inovadores. O Programa Sebrae 2014 nos permite mostrar aos pequenos negócios gaúchos como usufruir da série de oportunidades que serão geradas no Estado com a Copa do Mundo de 2014”, falou.
O dirigente ainda lembrou de iniciativas como o Sebrae Mais, o Sebrae no Territórios da Cidadania, o importante trabalho de sensibilização realizado na regulamentação e da implementação da Lei Geral das MPEs nos municípios gaúchos, e o Programa Fornecer, realizado em parceria com o Governo Estadual, abrindo novas e boas perspectivas para os empreendimentos de pequeno porte em relação as compras governamentais.
Cenários
O economista e consultor do Sebrae/RS Eduardo Starosta apresentou cenários para a região, o Rio Grande do Sul e o Brasil do ponto de vista das micro e pequenas empresas. Ele traçou um paralelo entre o crescimento econômico brasileiro, gaúcho e da Região Centro, mostrando que a economia local tem oscilações mais intensas do que o padrão gaúcho. “A região mostra tendência de aumentar sua participação na economia brasileira e gaucha, com um crescimento econômico médio regional predominantemente superior aos padrões do país e do estado”, salientou.
O consultor lembrou que a o setor Agropecuário do Planalto é responsável por 20% do PIB regional e 8,7% do PIB estadual. Tem como destaques produtivos o arroz, soja e a bovinocultura. “Sua matriz produtiva é baseada em commodities, mostrando uma dinâmica de expansão superior a gaucha e brasileira”, acrescentou Starosta.
Na área industrial, a região tem uma dinâmica diferente do padrão gaucho, com picos menos intensos. Representando cerca de 13% do PIB regional e 1,78% do PIB estadual, a indústria da Região Planalto cresce em um ritmo ligeiramente inferior à gaúcha e superior à brasileira. Santa Maria, São Sepé, Santiago e Agudo são os maiores polos industriais da região, concentrando 65% do PIB das fábricas. Na ultima década, em termos de dinâmica de crescimento, os líderes foram os municípios de Nova Palma e Dilermando de Aguiar, onde o Produto Interno Bruto industrial praticamente duplicou no período.
No setor de comércio e serviços verifica-se uma dinâmica predominantemente convergente ao comportamento da totalidade do RS. O setor responde por cerca 60% do PIB regional e vem crescendo em ritmo ligeiramente superior à média gaúcha e brasileira.
As exportações da região, passaram, nos últimos anos, por forte alavancagem, especialmente por conta das commodities. Representando em 2011, 0,99% das vendas internacionais do Rio Grande do Sul, a exportação do Centro gaúcho cresce em níveis superiores ao gaucho desde 2007. Os principais produtos exportados são couro, arroz, soja e derivados, carne suína e bovina. De acordo com Starosta, “a dinâmica exportadora da região está calcada no agronegócio. Por conta disso, ela é suscetível a baques em função de frustrações de safra e barreiras não tarifárias no caso das carnes”.
Em termo de empregabilidade, em 2010 a região ultrapassou o patamar de 13,5 mil empresas. O numero é significativo, mas a evolução dos últimos anos mostra queda de participação no contexto gaúcho. “Este e um ponto crítico regional. O Centro gaúcho conta com uma média de uma empresa para cada 40 habitantes, o que é superior a média gaúcha (38)”, mas insuficiente para impor uma arrancada social e econômica”, concluiu Eduardo Starosta.
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