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Da Redação
Passo Fundo – O 5º Encontro MPE Grande do Sul, promovido pelo Sebrae/RS em Passo Fundo nesta terça-feira, 7, reuniu cerca de 100 participantes, todos lideranças empresariais e de entidades, para debater as necessidades e potencialidades dos pequenos negócios. Percorrendo o Estado desde o início de julho, esta ação vai possibilitar a realização de uma radiografia que aponte aos futuros administradores municipais como implementar políticas públicas que possam incrementar as micro e pequenas empresas.
Os debates em torno das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades para as micro e pequenas empresas, trouxeram apontamentos importantes na busca pelo crescimento dos pequenos negócios. Entre eles, o incentivo para a abertura de novas empresas, maior facilidade de acesso ao crédito para os empreendimentos já estabelecidos, e a implementação da Lei Geral das MPEs, colocando em pratica, efetivamente, os benefícios que ela gera para as empresas de pequeno porte.
Este quinto documento construído na serie de encontros promovido pelo Sebrae/RS, servirá como cartilha de orientação para ações futuras em todos os municípios com foco no desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas. “A radiografia que o Sebrae/RS fará até setembro, por meio de dez encontros, será apresentada no dia 4 de dezembro, em Porto Alegre, no Fórum de Gestão Pública, e, posteriormente, entregue aos 497 prefeitos que iniciarão seus mandatos em 1º de janeiro de 2013”, disse o superintendente do Sebrae/RS, Léo Hainzenreder. Ele destacou que, embora representem 99% das empresas no Brasil, as MPEs são responsáveis por apenas 20% do Produto Interno Bruto nacional. “É preciso qualificar a mão-de-obra, investir em inovação e modernas práticas de gestão, no planejamento estratégico e buscar a profissionalização continuada para que os pequenos negócios possam ampliar o seu percentual de participação no PIB”, avaliou o dirigente.
A visão do Sebrae/RS
Léo Hainzenreder apresentou para as lideranças regionais locais a visão do Sebrae/RS sobre as MPEs e o desenvolvimento local e regional. Ele destacou que, hoje, o Sebrae/RS tem como público-alvo mais de 1 milhão e 100 mil empreendimentos formais no Rio Grande do Sul, englobando micro e pequenas empresas, empreendedores individuais e produtores rurais. “Na região Planalto, temos um público potencial de 106.848 empreendimentos formais, para ofertarmos gestão empresarial, incentivo a busca pela inovação e tecnologia, acesso a mercados, orientação ao crédito, o fomento ao empreendedorismo e impulso a políticas públicas que criem um ambiente econômico favorável ao crescimento dos pequenos negócios”, afirmou o superintendente.
Hainzenreder falou sobre ações importantes que o Sebrae/RS coloca em prática para impulsionar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas. “Temos o Programa Negócio a Negócio, que visa a melhoria da gestão das micro empresas e dos empreendedores individuais e que deverá atender a mais de 45 mil negócios deste porte em 2012. Com o SebraeTec e o Programa Agentes Locais de Inovação, estamos levando às MPEs a consciência do quanto é importante buscar processos inovadores. O Programa Sebrae 2014 nos permite mostrar aos pequenos negócios gaúchos como usufruir da série de oportunidades que serão geradas no Estado com a Copa do Mundo de 2014”, falou.
O dirigente ainda lembrou de iniciativas como o Sebrae Mais, o Sebrae no Territórios da Cidadania, o importante trabalho de sensibilização realizado na regulamentação e da implementação da Lei Geral das MPEs nos municípios gaúchos, e o Programa Fornecer, realizado em parceria com o Governo Estadual, abrindo novas e boas perspectivas para os empreendimentos de pequeno porte em relação as compras governamentais.
Cenários
O economista e consultor do Sebrae/RS Eduardo Starosta apresentou cenários para a região, o Rio Grande do Sul e o Brasil do ponto de vista das micro e pequenas empresas. Ele traçou um paralelo entre o crescimento econômico brasileiro, gaúcho e da região Planalto, mostrando que a economia local tem oscilações mais intensas do que o padrão gaúcho. “A região mostra tendência de aumentar sua participação na economia brasileira e gaúcha, com um crescimento econômico médio regional predominantemente superior aos padrões do País e do estado”, salientou.
O consultor lembrou que a o setor Agropecuário do Planalto é responsável por 22% do PIB regional e 16% do PIB estadual. Tem como destaques produtivos a soja, milho, trigo, erva-mate, suínos e aves. “Sua matriz produtiva é baseada em commodities, mostrando uma dinâmica de expansão superior a gaúcha e brasileira”, acrescentou.
Na área industrial, a região tem uma dinâmica similar a do Rio Grande do Sul, porém com faixas de crescimento mais intensas. Representando cerca de 34% do PIB regional e 4,77% do PIB estadual, a indústria da região Planalto vem crescendo em ritmo superior à gaúcha e à brasileira. Passo Fundo e Marau são os maiores polos industriais da região, mas, na ultima década, cidades como Barracão, Tapejara, Saldanha Marinho, Vila Maria e Água Santa, cresceram muito, ao menos triplicando seu PIB industrial.
No setor de comércio e serviços verifica-se uma dinâmica predominantemente convergente ao do PIB agrícola regional. O setor responde por cerca 54% do PIB regional e vem crescendo em ritmo superior à média gaúcha e brasileira. Esse aspecto positivo está associado à dinâmica do agronegócio da região.
As exportações da região, passaram, nos últimos anos, por forte alavancagem, especialmente por conta das commodities. Representando em 2011, 7,8% das vendas internacionais do Rio Grande do Sul, a exportação do Planalto cresce em níveis superiores ao gaucho desde 2006. Os principais produtos exportados são a soja e derivados, arroz, trigo, máquinas agrícolas e pedras preciosas. De acordo com Starosta, “o avanço exportador recente da região está basicamente calcado na lavoura. A despeito dos ganhos da atividade, a região ainda e suscetível a baques de renda em função de frustrações de safra. Uma política industrial de diversificação e recomendável”.
Em termo de empregabilidade, em 2010 a região ultrapassou o patamar de 21 mil empresas. O numero é significativo e também reflete o lento aumento de participação no contexto gaucho. “A dinâmica de evolução empresarial da região, mesmo positiva, é um ponto critico regional. O Planalto conta com uma média de uma empresa para cada 34 habitantes, o que é ligeiramente melhor que a média gaucha”, concluiu Eduardo Starosta.
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