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Da Redação
Lajeado – O Hotel Weiand, em Lajeado foi palco, nessa sexta-feira, dia 17, da oitava edição do Encontro MPE Grande do Sul, iniciativa do Sebrae/RS que debate as necessidades e potencialidades das micro e pequenas empresas gaúchas. Cerca de 50 líderes empresariais e representantes de entidades associativas locais, apontaram os caminhos para o desenvolvimento dos pequenos negócios regionais. Como nos sete encontros anteriores, o material construído pelos participantes servirá de subsídio para a radiografia que o Sebrae/RS está montando para indicar aos futuros administradores municipais como implementar políticas públicas que possam incrementar os empreendimentos de pequeno porte.
Balizando as discussões nas forças, fraquezas, ameaças e oportunidades vislumbradas pelas micro e pequenas empresas, o encontro mostrou que o crescimento dos pequenos negócios da Região do Vale do Taquari e Rio Pardo, pode advir de uma série de iniciativas originadas nos órgãos públicos. Os líderes empresariais locais apontaram ações como um incentivo mais forte para a abertura de novas empresas, mais facilidade de acesso ao crédito para os empreendimentos já estabelecidos, a implementação da Lei Geral das MPEs, especialmente no que diz respeito à desburocratização de registro e de fechamento das empresas, e na priorização nas Compras Governamentais de até R$ 80 mil. Outro ponto que esteve na pauta de todos os encontros promovidos pelo Sebrae/RS, e se manteve em Lajeado, tem foco na preocupação das micro e pequenas empresas em buscar o desenvolvimento econômico aliado a um modelo de sustentabilidade.
O superintendente do Sebrae/RS, Léo Hainzenreder, agradeceu a presença das lideranças locais no evento, falando do estímulo que eles dão à instituição na continuidade deste processo de construção de “um documento fundamental para orientar ações futuras em todos os municípios com foco no desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas”. Ele lembrou que “a radiografia que o Sebrae/RS fará até setembro, por meio de dez encontros, será apresentada no dia 4 de dezembro, em Porto Alegre, no Fórum de Gestão Pública, e, posteriormente, entregue aos 497 prefeitos que iniciarão seus mandatos em 1º de janeiro de 2013”.
Hainzenreder voltou a lembrar que as MPEs representam 99% das empresas formais no Brasil, “mas são responsáveis por apenas 20% do Produto Interno Bruto nacional. Por isso, devem investir em qualificação da mão-de-obra, em inovação e modernas práticas de gestão, no planejamento estratégico e buscar a profissionalização continuada para ampliar o seu percentual de participação no PIB”.
O Sebrae/RS e as MPEs
Léo Hainzenreder apresentou para as lideranças regionais locais a visão do Sebrae/RS sobre as MPEs e o desenvolvimento local e regional. Ele destacou que, hoje, o Sebrae/RS tem como público-alvo mais de 1 milhão e 100 mil empreendimentos formais no Rio Grande do Sul, englobando micro e pequenas empresas, empreendedores individuais e produtores rurais. “Na Região do Vale do Taquari e Rio Pardo, temos um público potencial de 123.053 empreendimentos formais, para o qual ofertarmos diversas iniciativas, como gestão empresarial, incentivo a busca pela inovação e tecnologia, acesso a mercados, orientação ao crédito, o fomento ao empreendedorismo e impulso a políticas públicas que criem um ambiente econômico favorável ao crescimento dos pequenos negócios”, afirmou o superintendente.
Hainzenreder falou sobre ações importantes que o Sebrae/RS coloca em pratica para impulsionar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas. “Temos o Programa Negócio a Negócio, que visa a melhoria da gestão das micro empresas e dos empreendedores individuais e que deverá atender a mais de 45 mil negócios deste porte em 2012. Com o SebraeTec e o Programa Agentes Locais de Inovação, estamos levando às MPEs a consciência do quanto é importante buscar processos inovadores. O Programa Sebrae 2014 nos permite mostrar aos pequenos negócios gaúchos como usufruir da série de oportunidades que serão geradas no Estado com a Copa do Mundo de 2014”, falou.
O dirigente ainda lembrou de iniciativas como o Sebrae Mais, o Sebrae no Territórios da Cidadania, o importante trabalho de sensibilização realizado na regulamentação e da implementação da Lei Geral das MPEs nos municípios gaúchos, e o Programa Fornecer, realizado em parceria com o Governo Estadual, abrindo novas e boas perspectivas para os empreendimentos de pequeno porte em relação as compras governamentais.
Cenários econômicos
Coube ao economista e consultor do Sebrae/RS Eduardo Starosta apresentar o cenário econômico da região em comparação ao Rio Grande do Sul e ao Brasil. Ele traçou um paralelo entre o crescimento econômico brasileiro, gaúcho e da Região do Vale do Taquari e Rio Pardo, mostrando que a economia local tem oscilações mais intensas, mas predominantemente convergentes com a gaúcha. “O crescimento econômico médio regional coincide com o padrão gaúcho e brasileiro”, salientou.
O consultor lembrou que a o setor Agropecuário do Planalto é responsável por 15,4% do PIB regional e 12% do PIB estadual. Tem como destaques produtivos o abacate, erva-mate, noz, arroz, fumo, feijão, bovinos, suínos, aves, leite, mel e ovos. “Sua matriz produtiva é diversificada, apresentando uma dinâmica de expansão inferior à gaúcha, mas superior à brasileira”, acrescentou Starosta.
Na área industrial, a região tem uma dinâmica de crescimento similar a do padrão gaucho. Representando cerca de 31% do PIB regional e aproximadamente 9% do PIB estadual, a indústria da Região Planalto cresce em um ritmo ligeiramente inferior à gaúcha e superior à brasileira. Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Lajeado, Cachoeira do Sul e Arroio do Meio são os maiores polos industriais da região, concentrando 69% do PIB das fábricas. Na ultima década, em termos de dinâmica de crescimento, os líderes foram os municípios de Fazenda Vilanova, Mato Leitão, Dois Lajeados e Vale Verde, onde o Produto Interno Bruto industrial ao menos triplicou no período.
No setor de comércio e serviços verifica-se uma dinâmica predominantemente convergente ao comportamento do RS. O setor responde por cerca 46% do PIB regional e vem crescendo em ritmo superior à média gaúcha e brasileira. Esse aspecto positivo está associado a pluralidade econômica da região.
As exportações da região, mesmo sendo oscilantes, tem tendência de expansão. Representando em 2011, 13,5% das vendas internacionais do Rio Grande do Sul, a exportação do Centro gaúcho cresce em patamares inferiores ao gaúcho. Os principais produtos exportados são fumo, carne de aves, produtos de soja, partes de calçados e couro. De acordo com Starosta, “a região tem uma base municipal e pauta de vendas externas bem diversificada, o que a fortalece no longo prazo e pode modificar a tendência recente de queda da participação nas exportações do Rio Grande do Sul”.
Em termo de empregabilidade, em 2010 a região ultrapassou o patamar de 22 mil empresas. O número é significativo e também reflete lento aumento de participação no contexto gaúcho.
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