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Da Redação
A opção pelo delivery tornou-se a principal saída para os segmentos de alimentação depois do anúncio das recomendações de isolamento da população e a determinação do fechamento de grande parte do comércio em muitas capitais brasileiras. Diante dessa realidade, o Sebrae buscou sensibilizar as empresas responsáveis pelas principais plataformas de entrega do país para minimizar os efeitos da crise que, no campo econômico, atingem principalmente os pequenos negócios, afetados pelas mudanças de rotinas, perda de clientes e quedas no faturamento.
De acordo o analista do Sebrae, Flávio Petry, as iniciativas dos aplicativos representam um passo importante para os pequenos negócios neste momento. “As medidas anunciadas pelas empresas de aplicativos representam uma conquista inicial para o segmento, pois, aos poucos, pela livre concorrência, as plataformas devem oferecer cada vez mais benefícios”, analisou.
A atuação do Sebrae como articulador em prol dos pequenos negócios foi fundamental para a Uber Eats anunciar, na segunda-feira (23), que vai possibilitar aos donos de pequenos restaurantes que recebam pagamentos diários pelas vendas realizadas, em vez de receberem semanalmente. A ideia é gerar maior fluxo de caixa para garantir a manutenção dos negócios, permitindo o pagamento de fornecedores e funcionários.
Além disso, os restaurantes interessados em aderir ao serviço do Uber Eats serão autorizados com maior rapidez. As micro e pequenas empresas do segmento de alimentação também serão isentas da taxa de retirada quando os clientes fizerem o pedido pelo aplicativo, mas optarem por buscar a refeição no restaurante (take out).
Por outro lado, para incentivar os consumidores a usar o serviço, o Uber Eats vai oferecer entrega grátis para quem fizer pedidos nesses restaurantes, considerados independentes (sem filiais), e vai intensificar as ações de marketing dos pequenos negócios, pelo próprio app e por e-mail, dando mais visibilidade aos empreendimentos locais. Os entregadores, por sua vez, vão receber ajuda financeira para comprar produtos de higienização, como álcool em gel.
IFood
Nesta semana, o Sebrae deve lançar conteúdos, em parceria com o IFood, para orientar os pequenos negócios na implementação do delivery, adequando o serviço aos procedimentos corretos e cuidados necessários para cumprir as fichas técnicas dos alimentos, com a definição de porções, dentre outras orientações. O aplicativo também anunciou uma série de medidas para apoiar os pequenos negócios. A partir de 2 de abril, o IFood vai destinar R$ 50 milhões de sua receita na forma de um
fundo de assistência a restaurantes, com foco nos pequenos estabelecimentos locais. O crédito será gerado por meio de isenção de taxas de intermediação dos serviços utilizados.
Para melhorar o fluxo de caixa, também antecipará os recebimentos dos restaurantes, sem custo adicional. Dessa forma, todo restaurante que optar por fazer parte dessa iniciativa, receberá seu pagamento em sete dias após a venda nos meses de abril e maio. A expectativa é injetar até R$600 milhões no mercado brasileiro. E, para minimizar o impacto ocasionado pela restrição de atendimento, nos casos em que o consumidor optar por ordenar o pedido via aplicativo, retirando diretamente no balcão dos restaurantes parceiros, o IFood devolverá o valor integral arrecadado com as taxas de serviço aos estabelecimentos.
Driblando a crise
Além dos serviços de entrega, o setor de alimentação tem buscado alternativas para driblar a crise. A analista de Competitividade do Sebrae Maíra Viana explica que os empreendedores devem, primeiramente, passar credibilidade e conhecimento sobre as recomendações das autoridades quanto aos cuidados de higiene e prevenção adotados. Para isso, é necessário informar, por meio dos canais de atendimento, que o manual de boas práticas está sendo seguido.
Em relação às vendas, é importante ampliar a presença digital do negócio, tendo em vista que as pessoas não estão mais circulando pelas ruas. Segundo a especialista, vale oferecer um cardápio reduzido com a possibilidade de levar o produto para casa (take out) para ajudar a manter clientes. Para reduzir custos, a principal orientação é não estocar e aproveitar o momento para ofertar produtos perecíveis e negociar.
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