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Da Redação
Um município com potencial de consumo a ser explorado para gerar mais renda aos seus habitantes. Esse é o grande desafio apontado pelo Diagnóstico Municipal apresentado pelo Sebrae RS à Prefeitura de Ijuí. O estudo é uma das ações do programa Cidade Empreendedora, que promove o fortalecimento do ambiente de inovação e empreendedorismo no Estado.
O levantamento cruzou dados econômicos, sociais, demográficos e de infraestrutura da cidade para permitir a compreensão da realidade local, sendo o passo inicial para que as prioridades possam ser elencadas no desenho das estratégias que permitirão o município avançar em seu desenvolvimento socioeconômico e ser um lugar melhor para empreender.
Segundo o relatório, desenvolvido pelo Sebrae RS e recentemente apresentado pela economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, Ijuí conta com um potencial de consumo urbano que precisa ser melhor aproveitado. Em 2020, esse índice chegou a R$ 2,2 bilhões, figurando na 22ª posição do ranking estadual. O cenário é composto por 57,2% do potencial correspondendo às classes com maior poder aquisitivo e 42,8% às classes mais baixas. No entanto, é a população das classes C, D e E que respondem por três quartos (73,7%) dos domicílios da cidade. Isso quer dizer que há um espaço para novos investimentos – ou readequação dos já existentes – focados em lazer, serviços e comércio, seja para os grupos com rendas maiores (pensando em negócios mais focalizados), seja para os grupos com renda menor (considerando empreendimentos com foco em escala), atraindo, inclusive, consumidores da região.
Para tentar se adequar a essa realidade, que propicia o fortalecimento de novas estratégias de fomento ao empreendedorismo, a prefeitura traçará um plano de ação que compreende novos estudos sobre o potencial de consumo dos seus moradores, como também políticas públicas que possam ser implementadas nesse cenário.
“O Diagnóstico Municipal vai ser base para o nosso planejamento de ações, mas também vai criar subsídios para os empresários da cidade. O recorte de potencial de compras apresenta categorias e nichos que, se os empreendedores souberam quais são, podem reposicionar seus negócios para atender a esses públicos. Isso ainda vai de encontro ao perfil demográfico da cidade, que se mostra mais velha. É preciso criar atrativos para fazer os jovens permanecerem na cidade, como o desenvolvimento dos setores de criatividade e inovação ou das cidades inteligentes. É preciso olhar para o diagnóstico e pensar em como fazer a economia se desenvolver aqui, sem os recursos irem para fora, e fazer com que os jovens queiram ficar, produzir e criar valor aqui”, destaca Cristiano Palharini, o assessor administrativo e coordenador do Cidade Empreendedora na Prefeitura.
Para atender esse objetivo, o próprio Diagnóstico apresenta quatro alternativas: o mapeamento das atividades econômicas do município; uma pesquisa com a população sobre os negócios disponíveis no município e a capacidade dos mesmos de atenderem às necessidades do público local; a qualificação dos empreendedores locais; e atração de novos negócios na área de comércio e serviços. Este último ponto se justifica especialmente pela forte tendência desse potencial de consumo vazar para municípios próximos caso não haja uma rede de comércio e serviços bem desenvolvida em Ijuí.
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