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Da Redação
Santa Vitória do Palmar – O trabalho cooperado foi a solução encontrada por um grupo de produtores rurais do Sul do Estado para gerar novos negócios e capacitar o sistema produtivo. O Núcleo de Criadores de Ovinos dos Campos Neutrais foi fundado por 20 empreendedores de Santa Vitória do Palmar para debater o segmento e buscar orientação técnica. A iniciativa é da FARSUL, do SENAR-RS e do SEBRAE/RS, através do programa Juntos para Competir, com apoio da Emater e do Sindicato Rural do município.
De acordo com o técnico da Regional Sul do SEBRAE/RS Juliano Wiener Bolzoni a sensibilização dos produtores, que integram o projeto Desenvolvimento Produtivo e Mercadológico da Ovinocultura da Região Sul, iniciou no primeiro semestre de 2016. “Conversamos com eles em janeiro para explicar a iniciativa. Logo depois, a Emater assumiu uma aproximação e os levou para uma visita técnica em Pinheiro Machado para conhecer o trabalho de outro núcleo de criadores já participante do Juntos para Competir”, conta. Segundo Bolzoni, foi na volta dessa viagem que surgiu o interesse de formar o Núcleo.
Com o apoio das entidades envolvidas, os produtores realizarão, em um primeiro momento, o diagnóstico de suas propriedades. A partir desse resultado, eles participarão de ações como dias de campo, oficina de finanças e consultorias gerenciais e técnicas. “O objetivo deles é aumentar a produtividade com uma melhor gestão, buscando o aumento da rentabilidade de seus negócios”, disse. A próxima etapa será buscar uma melhor organização da comercialização de cordeiros, pois de acordo com Bolzoni, é um dos aspectos que mais apresenta gargalos.
O presidente do Núcleo, Marco Antonio Petruzzi, conta que há um problema de sazonalidade a ser resolvido. “Por enquanto temos épocas muito definidas para comercializar a produção, que é especialmente o final de ano e um pouco na Páscoa. Com organização e planejamento do rebanho, podemos estender esses períodos”, enfatiza. A dificuldade de ofertar está na desorganização de toda a cadeia produtiva, segundo ele, e o apoio técnico do Juntos para Competir está auxiliando nesse processo. “É fundamental um frigorífico para abater o animal, mas já temos uma outra ponta dentro do grupo que está trabalhando nesse sentido. Além disso, futuramente, teremos uma marca própria”, revela.
A engenheira agrônoma da Emater que acompanha o Núcleo, Janete Basso Costa, relembra que a região já foi símbolo da cultura de ovinos, chegando ao número de 800 mil cabeças. Hoje são cerca de 50 mil. “Era um momento em que a produção de lã estava entre as principais atividades econômicas nas cooperativas. Com o advento do tecido sintético, o mercado diminuiu. Portanto, a retomada atual está na produção da carne”, explica. Segundo ela, as atividades com o grupo serão fundamentais para que cada um dos produtores enxergue a atividade de forma mais ampla. “O primeiro momento será de qualificar a produção para, na sequência, pensarmos nas estratégias de comercialização”, finaliza.
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