Arte no espaço Ágape, em Pelotas

Exposições de artistas gaúchos podem ser visitadas gratuitamente em Pelotas

Pelotas – Até o dia 14 de julho, o Ágape Espaço de Arte (Rua Anchieta, nº 4480) abriga duas exposições individuais dos artistas gaúchos Antônio Augusto Bueno e Vera Rotta. Integrante do projeto Pelotas Turismo Cultural e já com oito anos de atividades, o endereço se consolida na cidade como uma atração diferenciada para os visitantes e pessoas interessadas nas mais diferentes expressões artísticas. A entrada é gratuita e o local funciona de segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 19h, e aos sábados das 13h às 18h.

Conforme a empreendedora e artista Daniela de Moraes Meine, as duas exposições simultâneas no Ápage Espaço de Arte representam bem a produção atual dos artistas locais. “Ambos os trabalhos foram criados em suas particularidades, mas conjugam técnicas que misturam a arte plástica com o audiovisual”, comenta. A ideia é proporcionar, justamente, uma visão ampliada das artes e “por isso que não se trata somente de galeria. Temos, inclusive, um showroom com materiais para artistas, loja ao estilo brechó de roupas, cursos e outros eventos”, complementa Daniela.  

Para a gestora do projeto Pelotas Turismo Cultural no Sebrae RS, Jussara Cruz Argoud, o Ágape Espaço de Arte é um tipo de microempresa com grande potencial para surpreender seus clientes porque faz um planejamento de atrações interessante e se empenha em apresentar excelência em atendimento e serviços. “O projeto apoia os pequenos negócios que também colaboram para o desenvolvimento da cidade”, observa.

Um outro outono

Entre as exposições, “Um outro outono”, de Antônio Augusto Bueno, mostra a obra de um artista que se dedica há alguns anos a coletar uma grande quantidade de folhas secas caídas de árvores. Tudo começou em 2012 na região de Morro Reuter, próximo a Pelotas. Em 2013, começou a chamar seu projeto de “Um outro outono” quando durante aquela estação do ano frequentou diariamente uma única praça em Porto Alegre, observando a mudança da paisagem até a chegada do inverno. Além de fotografias e desenhos, utiliza as folhas que caem das árvores da praça em uma grande instalação. Esse material também se transformou em um videoarte, que contou com texto de Luís Filipe Bueno, captação e edição de Eduardo Montelli e trilha sonora de Bebeto Alves. O trabalho rendeu, ainda, ação educativa com a Escola Projeto.

Nos anos seguintes, as montagens aconteceram a cada outono em diferentes lugares: em 2014, no “Canto da Carambola” no Rio de Janeiro; em 2015, no Museu de Arte do RS, em Porto Alegre; em 2016, em frente à Escola Projeto, também em Porto Alegre; e, em 2017, no “L’atelier de Luz”, em Montevideo.

Na exposição de Vera Rotta, pássaros e lagartos são as estrelas. Desenhos e colagens sobre papel em diversos tamanhos apresentam técnicas mistas para expor um universo lúdico e em constante mudança. As colagens recebem interferências de linhas que andam, conforme o coração bate. “Isso se deve à capacidade da artista em manter o espectador em movimento interno, deixando rastros de olhar em sua imaginação”, explica a diretora da galeria.

Vera Rotta é jornalista e artista plástica. Mora e trabalha em Porto Alegre. Faz arte em desenho com técnicas mistas, nanquim, lápis de cor e colagens. Em setembro de 2017, apresentou a exposição Voar, na Cafeteria Ginkgo, em Porto Alegre. Também em 2017, participou da Exposição Metanóia, em Curitiba, da Feira Dada – edição Porto Alegre e da mostra “Arteiros Pintando o Sete”, do Sarau dos Amigos da A.L.I.C.E, em 2015. Vera é produtora e diretora de documentários, entre eles “Uma Dor Suspensa no Tempo”, que versa sobre as ditaduras latino-americanas; e “Paredes Invisíveis I e II”, sobre o impacto histórico da hanseníase na Amazônia e no Nordeste brasileiro.

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