Automação e inteligência artificial na NRA Show 2018

Imersão ao mercado norte-americano para conhecer tecnologias e tendências em alimentação fora do lar contou com demonstrações de novidades que já estão em funcionamento

Chicago – Automatização em processos e até mesmo em vendas diretas ao consumidor foi o que mais chamou a atenção dos empreendedores gaúchos que estão em Chicago realizando visitas técnicas a bares e restaurantes referências no mercado norte-americano, bem como na Feira NRA Show 2018 (National Restaurant Association). No final de semana, o grupo conheceu e experimentou como funcionam os equipamentos que estão chegando a algumas redes de alimentação fora do lar e que, em breve, serão tendência no mundo todo.

Grupo de empresários do RS na NRA Show 2018 (Foto: Sebrae RS)

Comparada a uma espécie de evolução das máquinas de lanches ou bebidas em que o consumidor apenas deposita moedas e retira o item escolhido, a máquina para venda de saladas chamou a atenção dos brasileiros. Ela permite a livre combinação dos ingredientes vegetais, podendo gerar mais de 200 saladas diferentes. O coordenador do segmento de alimentos e bebidas do Sebrae RS, Roger Klafke, identificou também que esse lançamento, por exemplo, traduz um forte movimento em relação às dietas menos processadas. “Unindo automação e agilidade, a máquina de saladas representa algo que até não é novo no sentido prático e tecnológico. Porém, inova ao oferecer livre combinação de ingredientes aos clientes e isso significa conseguir atender o maior número de consumidores que não precisam aceitar receitas prontas”, traduz ele.

Forno inteligente e premiado: tecnologia com economia

Em outra demonstração, Klafke e os empresários gaúchos relatam como a tecnologia, de fato, chega para ajudar os negócios com resultados em economia de energia, tempo e desperdícios. “Vimos um forno, por exemplo, que foi premiado por realmente impressionar em sua aplicação prática. Uma empresa do Vale do Silício implementou inteligência artificial nesse forno. Dessa forma, ele consegue fazer a leitura – tipo um raio X – dos alimentos ali colocados e então calcular a partir de informações nutricionais o tempo de cozimento, melhores ajustes para temperatura, condições ideais de textura, crocância, sabor, etc.”, conta.

No decorrer do roteiro, os integrantes da missão identificaram uma fortíssima tendência de produção de alimentos chamados orgânicos, contudo com a elaboração de receitas e pratos balanceados. “Em muitas variações de bebidas e sucos, vimos a valorização da classificação orgânica. Mesmo em ambientes do ‘fast-food’ e ou restaurantes feitos para serem práticos e ágeis, o apelo da comida mais ‘natural’, mas saudável se vê em praticamente todos os cardápios desde o café da manhã até o jantar e as ofertas, então, já pulam para o passo seguinte que é a elaboração de pratos combinados, balanceados em nutrientes”, comenta o técnico do Sebrae RS.

Novamente os equipamentos chamaram a atenção nesse aspecto: pequenos armários que parecem estufas com regulação de temperatura, pressão e umidade podem ser instalados em cozinhas de restaurantes para garantir frescor a algumas ervas e vegetais que necessitam ser servidos assim aos mais exigentes consumidores. “A automatização, como vimos, segue sendo uma ideia tecnológica sem volta. Até mesmo máquinas para fazer sushi já são realidade para enrolar, apertar e cortar perfeitamente os famosos ‘makis’ da culinária japonesa”, descreve Klafke.

A imersão ao mercado norte-americano continua até o dia 24 de maio. A iniciativa é do Sebrae RS, do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região Metropolitana (Sindha), do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Segh) – Região Uva e Vinho, e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

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