Diagnóstico Municipal mostra potencialidades e desafios de Sapiranga

O Diagnóstico Municipal de Sapiranga foi apresentado pela economista Patrícia Palermo em evento nesta terça-feira, dia 20, e a prefeita Carina Nath destaca que o trabalho é uma ferramenta importante para poder ampliar a qualidade e eficácia da prestação de serviços para a comunidade. “Saber da necessidade e potencialidade de nossos munícipes e implementar as mudanças necessárias na estrutura de atendimento, para que todas as pessoas que busquem por serviços e informações, sejam atendidos com orientações claras e resolutivas é o que buscamos para a gestão pública municipal”, enfatiza.        

O trabalho integra as ações do programa Cidade Empreendedora desenvolvido pelo Sebrae RS em parceria com as prefeituras para geração de um ambiente favorável ao crescimento e desenvolvimento de novos negócios. O Diagnóstico mostrou que Sapiranga tem uma estrutura demográfica favorável com um grande contingente de pessoas em idade de trabalhar, um percentual de idosos ainda pequeno, e o número de crianças, que serão os próximos responsáveis pela geração de riqueza no município, grande. Entretanto, como ocorre em todo o país, o processo de envelhecimento da população tem ocorrido rapidamente. Nesse sentido, o desafio é direcionar esforços para otimizar os efeitos da configuração populacional atual, aumentar a produtividade local, atrair novos investimentos e, assim, potencializar tanto o crescimento quanto o desenvolvimento local.

Há uma parcela grande de habitantes considerados em idade ativa (71,4%), com destaque à parcela de adultos jovens (20 a 39 anos), que corresponde a 32,1% do total da população – 38ª maior participação relativa entre os municípios. Além disso, 20,8% da população têm até 14 anos, deixando Sapiranga entre os 5% dos municípios com maior participação de crianças, acima da média do RS (18,3%). Os habitantes com mais de 65 anos totalizam 7,8% do total, sendo a 4ª menor participação de idosos entre todos os municípios gaúchos (12,7% no RS). Esse é considerado um elemento muito importante e diferencial, além de oportunizar ao município preparar-se para o envelhecimento da sua população. Desta forma, é possível colocar foco no desenvolvimento de condições para que a produtividade possa crescer, vantagem que deve ser aproveitada para que Sapiranga possa construir um caminho de crescimento e desenvolvimento sustentável.

Produtividade

O aumento da produtividade também está relacionado à educação. O Diagnóstico Municipal aponta que embora os resultados do Ideb mostrem um desempenho do Ensino Fundamental da rede pública no município superior ao resultado gaúcho, os resultados recentes acendem um alerta, sobretudo no que diz respeito aos anos finais, indicando a necessidade de concentrar esforços no diagnóstico e na proposição de políticas educacionais que fortaleçam a educação das crianças e dos jovens no município. Isso é fundamental para permitir que a produtividade possa crescer, com trabalhadores mais qualificados e aptos a assimilar tecnologia à estrutura produtiva local, bem como impulsionar o surgimento de novas ideias e atrair negócios. Atualmente, os dados do mercado de trabalho formal mostram uma baixa escolaridade média, o que explica os rendimentos médios consideravelmente inferiores à média salarial gaúcha.

Na análise sobre Sapiranga chama atenção que, apesar da elevada presença industrial e o impacto maior sofrido por esse setor pela crise de 2014-2015, o desempenho da economia foi superior ao resultado de economias com perfil semelhante, em que tem destaque a indústria do calçado, superando inclusive o resultado do RS. Por outro lado, dado o grande número de empresas optantes do Simples vale destacar o esforço do município em promover um ambiente de negócios mais favorável a micro e pequena empresas. O Diagnóstico indica que instituir um tratamento diferenciado, simplificado e que favoreça o crescimento das micro e pequenas empresas é algo extremamente positivo para o desenvolvimento local, com impacto sobre a geração de emprego e renda no município.

A Redesimples, por exemplo, presente no município, é um elemento importante como um redutor da burocracia. A integração de todos os processos de órgãos de registro, inscrição, bem como de alteração e baixas de empresas, totalmente informatizado, contribui para a formalização dos negócios. Sapiranga conta também com uma Sala do Empreendedor e um Agente de Desenvolvimento que tem por função articular políticas públicas, tanto locais quanto regionais, promovendo a integração entre as iniciativas pública e privada na busca de reduções de gargalos e promoção do potencial local, mas ainda não apresenta um Comitê de Governança. Ainda que todas essas iniciativas estejam presentes no município, o estudo indica que é fundamental que haja um esforço continuado para que sejam usufruídas de forma plena pela sociedade.

Compras públicas

Os dados sobre as compras do poder público de Sapiranga mostram um espaço significativo para o fortalecimento e desenvolvimento de fornecedores locais, sobretudo os MPE. Dos R$ 66,3 milhões em compras feitas pelo município, e passíveis, potencialmente, de serem realizadas no município e por empresas micro e pequenas em 2020, apenas 22,9% foram adquiridos no município, e apenas 15,5% no município e de micro e pequenos empresários. As compras governamentais são uma ferramenta relevante para oportunizar e estimular o desenvolvimento local, sobretudo para pequenos negócios.

Por isso, capacitar empreendedores locais é fundamental para permitir a compreensão e a participação dos processos relacionados às compras, muitas vezes desconhecidos ou percebidos como barreiras, para que os recursos destinados às compras possam ser absorvidos no próprio município. Contudo, para que isso ser feito de maneira eficiente, os preços aplicados precisam ser competitivos e os produtos entregues ao poder público precisam ser de qualidade.

Além disso, o Produto Interno Bruto de Sapiranga em 2018 foi de R$ 3,31 bilhões, correspondendo a 0,72% do PIB do RS. O PIB per capita do município em 2018 era de R$ 40.789, valor que supera em apenas 1,1% o PIB per capita gaúcho (R$ 40.362), ficando na posição 166ª no ranking dos municípios do RS. A distribuição entre setores do Valor Adicionado Bruto (VAB), que totalizou R$ 2,99 bilhões em 2018, mostra a importância da indústria no município, que correspondeu a 51,5% do VAB em 2018, percentual significativamente maior do que no RS (22,4%). Por isso, evidencia-se a necessidade da aproximação do poder público local junto às diretorias dessas empresas para que possam ser mapeadas as necessidades dessas empresas junto à prefeitura, bem como a necessidade de infraestrutura e qualificação de mão-de-obra para que sejam minimizados os riscos de saída da empresa do município.

Saiba mais

O trabalho desenvolvido pelo Sebrae RS tem por objetivo contribuir com o gestor público no desenvolvimento de políticas públicas capazes de promoverem crescimento econômico local por meio do aproveitamento de oportunidades potenciais e a identificação de eventuais fatores de risco. O trabalho está dividido em sete áreas:

• Perfil Demográfico
• Perfil Social
• Perfil Econômico
• Mercado de Trabalho
• Empresas
• Infraestrutura
• Contas Públicas

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