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Da Redação
Hannover – A visita técnica na maior e mais antiga fábrica da Volkswagen, em Wolfsburg, na Alemanha, também teve um aspecto saudosista para os empresários brasileiros que participam de missão à Feira de Hannover. Com setores imensos 100% automatizados, a Volkswagen emprega 70 mil funcionários e foi lá que surgiu, ainda na Alemanha nazista, o automóvel que ficaria conhecido no Brasil como Fusca. Atualmente, a empresa produz 3.800 carros por dia, sem perder o olhar e a preocupação com questões ecológicas, meio ambiente e logística. “É por isso que há tanto tempo viemos à Alemanha para conhecer suas práticas e as evoluções conquistadas no setor industrial”, analisa o diretor Técnico do SEBRAE/RS, Ayrton Pinto Ramos, que acompanha o grupo, em especial as quatro pequenas empresas gaúchas que participam do evento com a poio da instituição.
Nesta sexta-feira, 29 de abril, os empreendedores também participaram de visita guiada a uma pequena linha de produção montada na Feira de Hannover para mostrar às pequenas e médias empresas como funciona a moderna indústria 4.0. Nela, o próprio visitante pode fabricar um produto (uma caneta), a partir da configuração escolhida por ele e reproduzida em código (QR Code). A partir de então, o comando da produção passa a ser do código, uma das características típicas da indústria 4.0. Para o diretor da Serralheria Sippel, de Santa Maria, João Bertazzo da Silva, “a tecnologia avançada verificada na indústria 4.0 demonstra que estamos ainda muito distantes. Precisamos começar a pensar na integração de sistemas”. Para a Feira Industrial de Hannover, Bertazzo da Silva é todo elogios. “A organização do alemão na utilização do tempo e do espaço é admirável. Eles conseguem, em 36 horas, o que no Brasil precisamos de 40 e algumas horas extras”, diz.
De acordo com diretor Técnico do SEBRAE/RS, o grande diferencial dos empresários alemães é o pragmatismo e o foco nos negócios. “Nós, brasileiros, convivemos com variáveis não controláveis como carga tributária, logística e infraestrutura, temas que, aqui na Alemanha, já estão superados e, portanto, o empreendedor pode voltar sua atenção para a agregação de valor e a buscar de novas tendências para ser eficiente”. Já os brasileiros, afirma Ayrton Pinto Ramos, têm que buscar alternativas de sobrevivência, o que, muitas vezes, retira o foco da empresa. “É isso que, cada vez mais, buscamos trabalhar nas pequenas empresas. O bom empreendedor não pode perder a disciplina e necessita olhar sempre para o seu modelo de negócio, alçando novos patamares no momento certo”, acrescentou.
O que buscam os gaúchos
Os empreendedores apoiados pelo SEBRAE/RS participam da feira para conferir a qualidade de seus produtos. Luciano Rizzotto, da Lycos Equipamentos, de Caxias do Sul, e Jairton Dornelles, da Elite Montagens, de Nova Santa Rita, querem escolher uma empresa para representar no Brasil. Cristiano Farina, da Faritel Telecomunicações, de Erechim, busca fornecedor de componentes e João Bertazzo da Silva informações em geral.
A maior feira industrial do mundo encerra-se nesta sexta-feira, 29 de abril.
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