Setor de serviços respondeu por quase metade das vagas geradas no segmento
Marcelo Araújo
Brasília – As micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras foram responsáveis pela geração de 97,4% dos postos de trabalho no mês de agosto, o equivalente a 98.283 vagas. Já as médias e grandes responderam por apenas 2,6% do total. Os números estão na análise realizada pelo Sebrae com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
“A participação das micro e pequenas empresas na geração de empregos é sempre relevante, mas o percentual de 97% é o mais alto para um mês de agosto desde 2003, pelo menos”, ressalta o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. “O recorde chega justamente em um momento especial para o Sebrae, porque completamos 40 anos de atuação”, completa.
Dentre as MPE, o setor que mais criou empregos foi o de Serviços, com 49,8%. Em seguida, ficaram Comércio (29,5%), Construção Civil (18,7%) e Indústria de Transformação (16,2%). Segundo o Caged, em agosto de 2012, foram gerados 100.938 empregos com carteira assinada em toda a economia. Com isso, houve elevação de 0,26% no conjunto de assalariados celetistas sobre o estoque do mês anterior. Segundo a análise dos dados do MTE realizada pelo Sebrae, o desempenho indica que a dinâmica de geração de emprego formal no país se mantém.
Nos últimos 12 meses, surgiram 1,45 milhão de postos de trabalho no Brasil, com uma expansão de 3,85%. Em agosto, ocorreu aumento de vagas em sete dos oito setores de atividade econômica. O destaque ficou com Serviços (0,34%), Comércio (0,37%), Indústria de Transformação (0,20%) e Construção Civil (0,37%).
O setor com resultado mais favorável na geração de empregos, o de Serviços (53,8%), criou 54.323 vagas. A performance resulta do desempenho de seis ramos: Ensino, com 22.926 vagas; Serviço de Alojamento e Alimentação, com 11.352; e Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários, com 9.177.
Expansão
Localizada em Curitiba, a Fruto Bom Comércio de Alimentos é uma das empresas que fizeram contratações recentemente. Nos últimos dois anos, ela incorporou oito funcionários. A última vaga preenchida foi a de supervisor de vendas, em agosto. Ainda há dois postos de trabalho abertos, um para vendedor e outro para estoquista. O empreendimento possui 32 funcionários.
O proprietário, Robinson Carlos Franco, credita o fôlego nas contratações a uma mudança no direcionamento dos negócios nos últimos anos. Com 18 anos de atividades, a partir de 2010 a Fruto Bom investiu no comércio porta a porta e já tem 1,1 mil clientes efetivos.
Quatro furgões percorrem bairros da capital paranaense e oferecem 209 itens, como refeições congeladas, lanches prontos, verduras, legumes e frutas. “Antes disso, eu fornecia para grandes redes de supermercados. Pensava em mudar o foco porque os custos estavam muito altos”, conta Robinson.
Inspirado em um modelo comum nos Estados Unidos e Europa, mas pouco difundido no Brasil, Robinson resolveu mudar e investiu na capacitação dos trabalhadores. “Nossos consultores de venda também precisam entender um pouco de culinária. Eles têm que falar aos consumidores sobre o preparo e como fica o gosto da comida”, explica.
O empreendedor, que já participou de cursos e consultorias do Sebrae, elogia a instituição por fortalecer os pequenos negócios. “O Sebrae é um espaço aberto ao conhecimento. Temos acesso a consultores e conseguimos tirar nossas dúvidas com facilidade, de forma gratuita ou com custo baixo. As capacitações no mercado são muito caras. Por isso a importância desse apoio”, destaca.
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