Prevenção

A valorização do médico da família

atualizado em: 15/11/18

Ana Paula Rezende

Coordenadora Estadual da Saúde do SEBRAE RS

Cerca de 80% dos casos atendidos por médicos de família são resolvidos sem a necessidade de outros especialistas

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Ao longo dos últimos 40 anos temos assistido à construção de um sistema de saúde pautado pela doença, não pela saúde. Nesse contexto, destaca-se a importância de ensinar à população a prevenir doenças e a promover saúde por meio da atenção primária.

A atenção primária supervisionada por médicos da família é um novo modelo que busca formar equipes multidisciplinares lideradas por estes profissionais, que são responsáveis pela coordenação do cuidado de um grupo de pacientes. Esse modelo desenvolveu-se principalmente devido ao aumento contínuo dos gastos com assistência médica, ao avanço acelerado de novas tecnologias, ao envelhecimento e à mudança do perfil epidemiológico da população, tudo relacionado aos recursos financeiros, que são cada dia mais restritos.

A iniciativa com potencial é a de valorização do médico da família, que há muito tempo se destaca no atendimento de comunidades ou nos programas oficiais de Estratégia de Saúde da Família e está presente em táticas de saúde suplementar como parte de investimentos em promoção, prevenção e educação. Cerca de 80% dos casos atendidos por médicos de família são resolvidos sem a necessidade de outros especialistas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a atenção primária pode resolver cerca de 80% dos problemas de saúde da população; além disso, diversos estudos asseguram que o manejo adequado dos 50 diagnósticos mais frequentes permite a resolução de mais da metade da demanda médica em ambulatórios gerais.

Um dos objetivos para acelerar o modelo de atenção primária através do médico da família é evitar que os clientes recorram a hospitais e/ou pronto-socorro sem necessidade, evitando esperas e gastos desnecessários (público/privado).

Segundo Dr. Claudio Lottenberg, presidente do United Health Group Brasil, o conceito de “Cuidados Primários de Saúde” foi apresentado em 1978 na Conferência Internacional da OMS de Alma-Ata, na qual 134 países e 67 organismos internacionais chegaram à definição de que “os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país podem manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e autodeterminação”.

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