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Amanda Paim
Coordenadora Estadual da Economia Criativa e Turismo do SEBRAE RS
A população de idosos do Brasil deve ultrapassar 65 milhões de pessoas até 2050, conforme o levantamento realizado pelo Banco Mundial, intitulado como “Envelhecendo em um Brasil mais Velho”. O aumento da expectativa da vida dos brasileiros já é uma realidade, e está impulsionando muitas atividades econômicas e gerando novas oportunidades voltadas à melhor idade.
No turismo, não poderia ser diferente. Segundo dados da ABAV (Associação Brasileira de Viagens), os idosos correspondem a 15% da carteira de clientes e, de acordo com um levantamento da Fundação Instituto de Administração, 32,9% das pessoas acima de 60 anos viajam de duas a três vezes por ano, e 46,7% permanecem menos de sete dias no destino escolhido.
Fica claro que é um grande nicho de mercado. Mas as empresas estão preparadas para atender este púbico de forma respeitosa, considerando as necessidades de atendimento que o tempo impõe?
Saber se relacionar com pessoas e dar mais atenção do que o usual é fundamental, pois os mais velhos em geral gostam de dialogar e serem bem tratados. Não basta falar sobre preço de um pacote e encerrar a compra. É necessário pensar nas demais necessidades e oferecer serviços que proporcionem segurança e tranquilidade.
Disponibilizar check-in antecipado para evitar filas além dos aeroportos, ficha médica com remédios utilizados e seguro viagem estão entre os serviços que os turistas da terceira idade gostariam que as agências oferecessem.
Oferecer atividades de relacionamentos e convivência, muitas vezes, fazer novas amizades é a grande expectativa de uma viagem.
Com o tempo a sensibilidade dos sentidos do toque, do paladar, da visão, audição e olfato mudam. É preciso repensar se a forma que oferecemos os produtos e serviços está considerando estes aspectos.
É fundamental fazer algumas adequações na estrutura e mobiliário, conforme previsto na NBR 9050:2004, como remoção de barreiras arquitetônicas, móveis ergonômicos, iluminação suficiente nos hotéis e nas áreas de acesso, folders, guias, menus, sinais e símbolos fáceis de ler e entender, comunicação oral igualmente compreensível são algumas facilidades que devem ser oferecidas ao turista de terceira idade.
Além de veículo adequado, vale lembrar-se das dificuldades de mobilidade para subir e descer do ônibus ou para acessar e dos cuidados como oferecer mais paradas durante o trajeto, pois é comum entre os idosos sofrer incontinência urinária.
Proporcionar e estimular atividades que contribuam para o bem-estar de sua saúde.
É importante a compreensão do mercado sobre as limitações dessa faixa etária, pois elas existem e são frutos de um processo natural de envelhecimento. Atender bem este perfil de turista, que é economicamente interessante, é também uma forma de promover a inclusão social.
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