Envelhecimento da população

Longevidade dos brasileiros abre oportunidades de negócios

atualizado em: 10/01/17

Ana Paula Rezende

Coordenadora Estadual da Saúde do SEBRAE RS

Com mais tempo e mais dinheiro no bolso, a população idosa demonstra interesse por compras mais rápidas e frequentes

A população brasileira está vivendo mais. Com esse envelhecimento, vem uma série de necessidades especiais que precisam ser contempladas. Para se ter uma ideia, apenas no Rio Grande do Sul, até 2030 os idosos devem representar 25% do total de gaúchos, segundo informações do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). No Brasil, o número de pessoas com 60 anos ou mais deve chegar a 40,5 milhões até 2030, quando a projeção é de termos 36,7 milhões de jovens, conforme aponta o projeto Saúde Brasil 2030, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa “Afinal, o que querem os idosos”, desenvolvida pela Nielsen em 2015, revela que há muito mais semelhança hoje da distribuição da população brasileira com a verificada em países desenvolvidos. Esse novo contexto traz um quadro mais positivo do envelhecimento e requer um olhar diferente para essa faixa etária, que foge, e muito, do estereótipo de tempos atrás.

Do total de domicílios do país, 38% são lares com pessoas acima de 50 anos, responsáveis por 40% das aquisições de bens de grande consumo. De acordo com a Nielsen, com mais tempo para gastar e mais dinheiro no bolso, a população idosa tem aumentado o interesse pelo consumo, em especial por compras mais rápidas e frequentes.

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O estudo aponta ainda que as preocupações deste nicho se referem à saúde física (57%) e mental (51%) e a uma velhice ativa e sociável (37%). No entanto, grande parte considera que suas necessidades específicas não são atendidas, e diz sentir falta de conveniência de produtos e de lojas que facilitem a experiência de compra: faltam produtos especiais de alimentação (45%), informações nutricionais claras e fáceis de ler (43%) e embalagens com porções menores (44%) e fáceis de abrir (43%).

É preciso reconhecer as necessidades desse segmento e as oportunidades de vendas, sobretudo em setores como saúde, turismo, lazer, entretenimento e varejo – afirma Marco Morsch, professor dos cursos de Administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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