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Inteligência emocional e as habilidades essenciais dos novos líderes

atualizado em: 17/10/19
Rubia Marques Dornelles

Rubia Marques Dornelles

Gerência de Soluções

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Cada vez mais perderá espaço o modelo de chefe impositivo, que não sabe se comunicar com o time e não vê problema nisso

Ter potencial para mobilizar equipes no trabalho é uma das habilidades que serão demandadas na mesma medida do avanço da tecnologia. E esta é uma constatação de especialistas, como o fez Nicola Calicchio, da McKinsey, durante o Encontro Nacional de Líderes do Amanhã, promovido pelo Grupo Cia de Talentos em parceria com a consultoria McKinsey. Facilitar a convivência e ter pensamento positivo, engajador e mobilizador serão os diferenciais dos verdadeiros líderes empresariais, de quem será cobrado, cada vez mais imaginar o futuro. É a inteligência emocional tornando-se tão essencial quanto o conhecimento ou a capacidade técnica.

Um estudo realizado pelo Grupo Cia de Talentos com mais de 153 mil pessoas em nove países da América Latina trouxe dados que dizem muito sobre o que já se demanda de nossos líderes e gestores. A pesquisa Carreira e Sonhos entrevistou 75.852 jovens estudantes e recém-formados. Também participaram do estudo 15.888 coordenadores e gerentes plenos, e 5.087 líderes sêniores e presidentes.

No estudo, 75% dos jovens que responderam à pesquisa admitiram que não veem coerência de seus líderes. Além disso, só 30% creem ser possível colocar suas ideias em prática na empresa. E somente 35% responderam que podem expressar sua identidade e suas opiniões sem receio.

Como se vê, cada vez mais perderá espaço o modelo de chefe impositivo, que não sabe se comunicar com o time e não vê problema nisso. Assim, os novos líderes que surgirem e que não forem capazes de ouvir, ajudar e se colocar no lugar dos demais integrantes das equipes estão fadados a ter vida curta, corporativamente falando. Mas, afinal, qual o perfil do novo líder?

Potencial liberado por meio da inteligência emocional

Trazida pelo psicólogo americano Daniel Goleman, a inteligência emocional está relacionada ao indivíduo que possui a capacidade de identificar as suas emoções com mais facilidade, possibilitando capturar os sentimentos e comportamentos dos demais a sua volta.

Líderes bem sucedidos e adorados por suas equipes sabem despertar o potencial de cada um dos membros do time, auxiliando-os a chegar ao máximo desempenho. Esse perfil de líder conhece e trabalha suas emoções e reações. Mais do que qualquer outra coisa, esse novo líder trabalha o autoconhecimento para poder se relacionar e conviver melhor, dentro e fora da empresa.

Foco na qualificação e na visão sistêmica

Segundo especialistas em carreira, as novas tendências de gestão incluem competências como o mapeamento de mudanças, no qual os gestores precisam ter visão sistêmica e enxergar tendências dentro e fora da empresa. Para isso, ter uma equipe das mais variadas gerações auxilia e muito em ler o mercado.

Nos EUA, segundo a SAP, os millennials ou geração Y (nascidos entre 1979 e 1995) citam o desenvolvimento como o fator mais importante para permanecer e apostar em uma empresa. Mas não são apenas eles. Profissionais com mais de 50 anos são três vezes mais propensos a deixar um trabalho quando se sentem paralisados por falta de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.

Simpatia, empatia e comunicação

Colocar-se no lugar dos liderados e buscar entender, de verdade, suas motivações, frustrações e sonhos são iniciativas essenciais para um líder e também são traços de inteligência emocional. Mas para isso a comunicação precisa fluir. Muito se fala, por exemplo, no feedback. As pessoas precisam saber que podem conversar com seu líder.

Por outro lado, conversar somente para dar um feedback negativo, certamente, não é o caminho. O colaborador é importante para a organização e assim deve ser tratado. Desse modo, avaliações e feedbacks positivos são bem-vindos.

Resiliência que traz confiabilidade

Conceito da física, segundo o qual é a propriedade que alguns corpos possuem em retornar à forma original após submetidos a uma deformação elástica, a resiliência é fundamental para um líder de sucesso. Trata-se da capacidade do profissional em saber lidar com pressões, de cima e de baixo, adaptar-se rápido a mudanças, vencer obstáculos e situações adversas.

Um líder com essas características mantém a calma em cenários adversos. Ao dominar seus impulsos e não deixar que eles o dominem, o líder gera tranquilidade e confiabilidade para sua equipe. Outro exemplo de inteligência emocional aplicada.

Limites sem autoritarismo

Valorizando cada vez mais as pessoas e enfatizando as competências de cada profissional, o novo líder está longe daquele perfil autoritário, inflexível, “duro na queda”. Mesmo assim, ele consegue ser firme e impor limites e distâncias, reforçando seu papel de liderança e sua importância na motivação do time.

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