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Ana Paula Rezende
Coordenadora Estadual da Saúde do SEBRAE RS
O uso de prontuários eletrônicos em hospitais e serviços de saúde substitui com velocidade o uso de materiais em papel. Apesar de encarar algumas resistências em corpos clínicos e exigir esforços de treinamento, a opção economiza tempo, recursos e integra as informações, tornando o atendimento mais eficiente e seguro para o paciente.
Para a administradora hospitalar, consultora do SEBRAE RS e sócia-diretora da SaudeBrasil, empresa de consultoria em saúde, Ruth Dornelles, a opção é interessante por integrar todas as ações e eventos de um paciente em um hospital, desde a entrada até a alta, deixando todos os detalhes registrados. O sistema também resolve problemas comuns, como o esforço para compreensão da caligrafia dos profissionais que preenchem os formulários. Ao mesmo tempo, torna possível a integração de ambulatórios, farmácia, financeiro e bloco cirúrgico, por exemplo. “A gente não tem mais a necessidade de fazer grandes interpretações para saber o preço dos procedimentos, isso já está automatizado”, afirma.
Ruth explica que o fator segurança é uma preocupação constante de quem trabalha na implementação e desenvolvimento das soluções. O próprio Conselho Federal de Medicina determina que o médico deve assumir uma posição apenas de depositário das informações em relação ao documento. “Antigamente, nós chamávamos de prontuários médicos. Hoje, temos a compreensão de que o documento é propriedade do paciente. Só ele pode decidir como e por quem o material será utilizado”, explica. Perfis de acesso são utilizados para garantir o sigilo das informações, permitindo que os profissionais acessem apenas o necessário para o trabalho que será realizado no momento.
A coordenadora estadual do setor da saúde do SEBRAE RS, Ana Paula Rezende, salienta que o histórico das condições de vida e procedimentos que uma pessoa já passou facilita inclusive um atendimento de emergência. “Quando se está inconsciente, não é possível responder se há alguma alergia ou eventos anteriores que precisam de atenção, como cirurgias. Isso diminui riscos, custos e número de procedimentos no tratamento”, diz.
Como desafios para migrar um hospital que está em um sistema antigo para um novo, Ruth cita a necessidade de que a operação continue acontecendo enquanto softwares e hardwares são instalados, o que demanda uma liderança firme e gestão organizada. A estrutura não é complexa e existem empresas que já são especializadas nisso.
A implantação pode ser demorada apenas pela necessidade de treinamento do pessoal, que depende da disponibilidade e habilidades dos funcionários com informática. De acordo com ela, as resistências têm diminuído cada vez mais. “Em alguns locais, principalmente no interior do Rio Grande do Sul, encontramos um corpo clínico bastante antigo, com muitos anos de experiência, em geral passando os 60 anos de vida. Para essas pessoas, é um pouco mais difícil deixar de fazer prescrições e registrar os dados em papel, mas com a popularização dos smartphones, todos estão começando a ficar mais habituados com a tecnologia”, conta.
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