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Fabiano Bassani Zortéa
Coordenador estadual da Moda do SEBRAE RS.
Empreender no mercado da moda exige muito mais do que uma boa ideia de negócio e conhecimento sobre gestão empresarial. É preciso gostar de gente, de cultura, de comunicação, de conhecer a nossa história. Vamos ver por quê.
A nossa cultura é a base da nossa forma de ver o mundo. Moda vem do latim “modus”, que significa jeito de ser, escolhas. Claro, também sempre foi desejo. Desde o século XIV, com a expansão mercantilista, o rei trocava a cor da sua roupa e todos queriam usar aquela nova cor. O rei dava o aval. Então, quando todos estavam usando, ele trocava a cor novamente. Desde aqueles tempos, quando massifica, termina.
Por tudo isso, uma peça de roupa não é tão simples como parece ser. É evidente que não nos vestimos apenas para cobrir o corpo. O ato de vestir não se revela algo automático, sem significado. Antes de qualquer coisa, a roupa é comunicação. Já conversou com alguém sobre isso? Moda ajuda a identificar a posição de cada um na sociedade, podemos compreender o estilo de vida das pessoas e muitas vezes o que elas pensam, seus valores, no que acreditam.
Então o look pode ser entendido como um processo de comunicação que estimula e dá cara para a cultura de determinado local. Através da seleção das peças, fazendo uso de moda, estamos nos comunicando e validando ou divergindo sobre ideias, sobre os temas de interesse da nossa sociedade. Quando conheci Ronaldo Fraga, um dos maiores estilistas do nosso país, perguntei: “O que é moda?” Rapidamente, ele me disse: “É o registro eficiente de um tempo e um vetor de transformação cultural”. Os desfiles das coleções dele não são apenas roupas e modelos. Trata-se de uma mensagem sobre as coisas de interesse do mundo. Uma visão muito ampliada, na qual a roupa é apenas um acessório, que poderia ser substituído.
Com tantos problemas que temos no mundo, moda pode ser vista como uma importante possibilidade de comunicação para avançarmos como nação. Talvez a mais importante. Após um desfile, saber o que estará em alta nos próximos meses passa a ter valor relativo. Engajar as pessoas em questões sociais que precisam ser superadas, como a violência doméstica, o abandono dos filhos, a situação dos refugiados, por exemplo, tem muito mais valor, porque pretende melhorar a vida das pessoas. Moda, desde o seu surgimento ocupa um espaço significativo na cultura, auxiliando a composição das aparências e influenciando comportamentos. No entanto, nos últimos anos, a partir das passarelas, com Ronaldo Fraga e muitos outros estilistas, os debates sociais são os protagonistas, não as roupas. A Reserva vai muito bem em tempos de crise, e Roni Mesler, CEO da marca, sempre fala que eles são uma empresa de comunicação. Temos que nos sentir provocados com isto. Esta forma de ver os negócios de moda influencia toda a cadeia produtiva a partir da percepção de valor dos consumidores.
É a partir destas perspectivas que os posicionamentos de marca tendem a fazer mais sentido. O “fastfashion”, da forma que está, já demonstra sinais de saturação. As pessoas querem algo a mais quando compram uma peça de roupa. Acredito que, conscientemente ou não, elas sabem que moda pode ser muito mais do que o jeito que se vestem.
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