Telessaúde traz eficácia, diminui distâncias e reduz custos

Ana Paula Rezende

Coordenadora Estadual da Saúde do SEBRAE RS

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A assistência à saúde feita a distância já é uma realidade no mundo, e o Brasil vem tendo participação expressiva nessa área, conhecida por telemedicina (só procedimentos médicos), e-Health (envolvendo equipamentos e aplicativos de monitoramento a distância) e, mais abrangentemente, telessaúde (engloba práticas de medicina e de outras áreas, como odontologia, enfermagem e qualidade de vida).

Um dos centros de referência em pesquisas na área é o TelessaúdeRS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (www.ufrgs.br/telessauders), e seu coordenador, Roberto Nunes Umpierre, lembra que essa prática é tão eficaz quanto o atendimento presencial e reduz custos, deslocamentos desnecessários e filas de atendimento. Por parte dos médicos, diz ele, além de poderem atender um público mais amplo, esses profissionais também se beneficiam pela rede de conhecimentos, em um processo de educação continuada.

Umpierre lista as principais categorias em que a telessaúde vem atuando:

• Tele-educação: já bem difundida, com cursos a distância via vídeos ou videoconferências.
• Telediagnóstico: em que o paciente faz algum exame, e o médico avalia e faz o laudo a distância.
• Teleconsultoria: quando um profissional telefona ou faz uma videoconferência com outro profissional para solicitar informações sobre determinado procedimento ou doença. O TelessaúdeRS é referência nesse quesito na atenção primária, tendo criado um sistema que é o único credenciado pelo Ministério da Saúde a fazer o atendimento via fone 0800 a mais de 50 mil postos de saúde em todo o Brasil. Criado em 2012, já fez mais de 200 mil consultorias, com cerca de 4 mil/mês, e está sendo expandido para chegar a 6 mil/mês. Os atendentes utilizam um sistema de dados da área de Epidemiologia da UFRGS com o que há de mais moderno em protocolos para doenças. Em questão de atenção especializada e de alta complexidade, hospitais particulares já atuam nesse segmento, e existe no Brasil a Rede Nacional de Pesquisas, que interliga todos os hospitais universitários por meio da Rute, Rede Universitária de Telemedicina, da qual a TelessaúdeRS faz parte.
• Teleconsulta: em que pacientes falam diretamente com o médico por meio de telefone ou videoconferência. Nos EUA, os usuários de planos de saúde fazem mais teleconsultas do que presenciais, por exemplo. No Brasil ainda não é permitida pelas regras do Conselho Federal de Medicina, mas o TelessaúdeRS está buscando financiamentos para pesquisas nessa área para tentar habilitar esta possibilidade.

Fora essas categorias, há também toda a parte de pesquisas e desenvolvimento de soluções nessa área, nas quais as micro e pequenas empresas podem se beneficiar, oferecendo serviços ou até mesmo criando startups. O TelessaúdeRS já tem pelo menos 16 aplicativos para smartphones disponíveis nas lojas virtuais, como um de identificação de bichos peçonhentos e orientação na busca por assistência, entre outros igualmente úteis. Outro exemplo é a rede de Teleoftalmologia que a instituição implantou em julho passado, com oito centros de telediagnóstico espalhados pelo Estado e uma central em Porto Alegre, em que os médicos fazem os diagnósticos e encaminhamentos a distância, serviço que pretende zerar até o final deste ano a fila de mais de 10 mil pacientes que aguardam atendimento presencial.

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