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Roger Scherer Klafke
Coordenador Estadual de Alimento e Bebidas do SEBRAE RS
Você já ouviu falar sobre blockchain? Até pouco tempo atrás eu só conseguia relacionar esta palavra ao “bitcoin” (considerado o primeiro blockchain que surgiu em 2008 como uma moeda digital). Segundo a IBM, que colabora com grandes empresas em projetos que utilizam a tecnologia, o mundo dos negócios pode estar prestes a mais uma grande mudança a partir da disseminação de seu uso. E há muitos benefícios também no uso do blockchain para alimentos e bebidas.
A IBM destaca que o blockchain é uma tecnologia que permite, através de técnicas criptográficas, agilizar transações complexas com base em pilares como o registro compartilhado das transações, o consenso para verificação das transações, um contrato que determina as regras de funcionamento das transações e, finalmente, a criptografia, que é o fundamento de tudo.
Resumidamente, o blockchain é uma tecnologia de armazenamento e transmissão de informações descentralizada e transparente, contendo o registro de cada transação entre seus usuários desde o seu início. Esses dados são públicos e podem ser compartilhados por seus diferentes usuários sem intermediários, o que significa que qualquer um pode verificar a validade das informações. Esta nova tecnologia pode ajudar as indústrias de alimentos e bebidas, principalmente nos processos de rastreabilidade dos produtos, mostrando de forma ágil e transparente possíveis problemas em determinados elos da cadeia de produção.
O Carrefour lançou o primeiro blockchain de alimentos da Europa, começando com os frangos. O rótulo dos produtos possui um QR Code que, quando escaneado, indica a localização da fazenda de procedência do animal, o nome do produtor e até mesmo o tipo de ração que foi utilizada para alimentar o frango. O Walmart não está atrás e montou um sistema blockchain em colaboração com a IBM para rastrear os produtos direto da sua origem no campo, até sua chegada às prateleiras das lojas. E na China, o gigante de e-commerce JD.com também usa blockchain para rastrear a produção e entrega de vários produtos. Já a empresa de auditoria e certificação Bureau Veritas lançou o Origin, uma solução de rastreabilidade de alimentos que também usa o blockchain como plataforma.
O movimento na direção do uso do blockchain é tão forte que grandes empresas vistas como concorrentes no mercado de alimentos e bebidas se uniram para definir os padrões necessários para compartilhamento de informações. Walmart, Kroger, Nestlé, Unilever, Tyson Foods e outras grandes empresas de alimentos se reuniram com a IBM para criar o Blockchain Food Trust. O objetivo do Food Trust é melhorar a capacidade das empresas em questões como rastrear surtos mais rapidamente, limitando o risco do cliente. O sistema permite capturar dados em tempo real em todos os pontos, em todos os produtos. Embora as marcas envolvidas possam ser concorrentes, neste caso estão trabalhando juntas para garantir a confiança dos consumidores. De acordo com a IBM, o sistema Food Trust já pode armazenar os dados de cerca de 1 milhão de itens, e o Walmart anunciou que já está pronto para usar blockchain para seu negócio de alimentos vivos. De olho em outros mercados, no final de 2017, Walmart, JD.com e IBM criaram a Blockchain Food Safety Alliance China.
Não são só as grandes corporações que estão de olho nesse mercado, startups estão surgindo com força nessa área, como a americana Ripe.io. A empresa está ajudando a cadeia de fast-food Sweetgreen a controlar a qualidade de produtos perecíveis, como os tomates. A britânica Provenance assinou uma parceria com a Soil Association, principal organização de certificação de produtos orgânicos no Reino Unido, garantindo o cumprimento das especificações de produção orgânicas e fornecendo aos consumidores informações sobre todo processo de produção.
Apesar da onda positiva, como toda nova tecnologia, o blockchain ainda possui limitações e desconfianças. A possibilidade de ser hackeado e o fato de que o blockchain supõe que os dados não podem ser falsificados uma vez no sistema não garantem que estão corretos na origem. Erros de entrada de dados e até fraudes podem ocorrer. Um consenso é de que esse tipo de tecnologia ainda não dispensa as inspeções em campo, realizadas por alguma organização independente, que some mais credibilidade ao processo. Mas o caminho parece realmente ser a adoção cada vez maior da tecnologia. Portanto, é bom ficara atento a ela.
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