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Roger Scherer Klafke
Coordenador Estadual de Alimento e Bebidas do SEBRAE RS
Alguns escândalos na indústria de alimentos (como os casos da lasanha com carne de cavalo na Europa e altas quantidades de cloro em refrigerantes na China) reforçaram a desconfiança de parte dos consumidores. Muitas pessoas optam por produtos com origem comprovada, mais frescos, com toque caseiro e artesanais. Uma opção é preparar a própria comida, mas cada vez temos menos tempo livre para cozinhar (nos EUA, em 1910 se dedicava 6h/dia para cozinhar, nos anos 60 apenas 90 minutos e atualmente dedicamos menos de 30 minutos).
Na década de 50, panelas de pressão, processadores e micro-ondas mudaram a vida da “dona de casa”. Hoje, aparelhos inteligentes como a Cookeo Connect e a fritadeira Actifry da Seb são assistentes de cozinha que por um aplicativo monitoram as etapas da receita e informam como está o preparo. A Electrolux lançou seu forno inteligente que garante que alimentos sejam cozidos na temperatura certa e refrigeradores da Samsung já apresentam tela para compras on-line. A impressão 3D já é usada na confeitaria para personalizar produtos, mas por ter alto investimento e uso ocasional ainda é limitada às empresas. Impressoras como a Foodini na Espanha, ainda não chegaram aos lares, mas a impressão 3D está em teste em hospitais e casas de repouso para atender pessoas que possuem dificuldade para engolir.
A empresa Biozoon Food desenvolveu o conceito de “Smoothfood”, onde os ingredientes são transformados em uma pasta e são “impressos” na sua forma original (uma coxa de frango, por exemplo). Algumas pesquisas trabalham para criar alimentos personalizados (com cálcio, vitaminas, sem sal, sem glúten, etc) por meio da impressão 3D. Outras formas de conexão entre negócios estão acontecendo como a “Innit” que fechou parceria com um serviço de entrega que fornece ingredientes para consumidores executarem receitas e a “Tovala” que fabrica fornos e também oferece serviço de entrega de refeições para clientes que possuem o seu equipamento. A Amazon está explorando uma tecnologia de esterilização térmica, desenvolvida pela startup “915 Labs” para preservar o sabor e a textura dos pratos sem refrigeração, ajudando a reduzir o custo das refeições prontas.
Quase 30% dos lares americanos possuem equipamentos que usam inteligência artificial para controlar lista de compras, pedir pizza ou escolher bebidas. A empresa Whirlpool apresentou aparelhos domésticos que integram as funcionalidades dos assistentes pessoais Alexa e do Google Assistant. A Amazon desenvolveu o “Predictive Restaurant Ordering” que, baseado nos hábitos de cada pessoa e nos seus pedidos, prevê o que gostaríamos de comer.
O progresso da robótica combinado com os avanços da inteligência artificial gerou robôs cozinheiros. A empresa Miso Robotics criou o Flippy, que prepara hambúrgueres na empresa Caliburger. A startup Ekim projetou o robô Pazzi, que em apenas 4 minutos e 30 segundos faz uma pizza. A empresa Zume desenvolveu um robô fabricante de pizzas que utiliza big data e IA para prever o número e tipos de pizzas que serão pedidas. As pizzas são preparadas em uma cozinha central e assadas em um caminhão, encurtando os prazos de entrega. O robô Sally da Chowbotics combina personalização e ingredientes frescos, preparando saladas customizadas. A Spyce Kitchen dos ex-alunos do MIT é um fast-food totalmente automatizado que produz e serve comidas rápidas com preços acessíveis. No Café W em São Francisco, os clientes pedem por um tablet e observam um braço de robô da Mitsubishi fazer seu cappuccino ou expresso. O Tipsy Robot, que opera num cassino em Las Vegas, faz até 120 coquetéis personalizados em uma hora e o Barmate Infinite, da empresa Blendbow, é uma máquina de coquetel que faz até 300 receitas.
Em Londres, a empresa Moley está trabalhando em braços robóticos capazes de reproduzir os movimentos de um cozinheiro, preparando qualquer coisa a partir de uma biblioteca de receitas. Os criadores dos robôs destacam que eles podem ser usados principalmente para tarefas perigosas (como tirar pizzas do forno), árduas (cozinhar em calor sufocante), mas principalmente para tarefas muito repetitivas. Eles asseguram que o objetivo não é substituir os humanos, mas trabalhar lado a lado (conceito de cobots).
Os robôs ainda são caros (100 mil dólares para o Flippy e 500 mil para o Pazzi), mas podem ser muito úteis no fast-food em funções de alta rotatividade. Na China, a JD.com planeja abrir mil restaurantes gerenciados por robôs até 2020. Os robôs podem, além de preparar a comida, realizar a entrega, como já acontece em São Francisco e Londres com os robôs da Starship e Marble, mas é improvável que ganhem espaço em restaurantes clássicos, onde as tarefas são mais artesanais.
Este texto é uma adaptação com tradução livre do estudo “FutureLab 2030”, apresentado na SIAL 2018. Confira o estudo aqui.
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