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Roger Scherer Klafke
Coordenador Estadual de Alimento e Bebidas do SEBRAE RS
A feira SIAL (Salão Internacional da Alimentação) 2018 aconteceu em outubro na França. Esta edição surpreendeu pelo grande número de novidades em produtos e pela quantidade de startups dedicadas a desenvolver produtos e serviços inovadores para a cadeia produtiva de alimentos e bebidas. Kits para criar cogumelos, para fazer sua própria cerveja ou queijo em casa, larvas e grilos comestíveis que viram farinha, hambúrgueres e barra de cereal, bebidas energéticas à base de erva-mate, bebida antirressaca e uso da realidade virtual para treinamento e manutenção foram algumas novidades apresentadas na feira que prenunciavam o futuro da alimentação.
A feira SIAL 2018 reuniu mais de 7 mil expositores de 107 países que tentaram atrair atenção dos mais de 300 mil visitantes de quase 200 países em 250 eventos simultâneos que ocorreram durante o evento. Além da arena dedicada aos pitchs de startups e da Foodtech, área dedicada às iniciativas inovadoras de empresas iniciantes, incubadas ou apoiadas por centros tecnológicos, o FutureLab 2030 foi uma das sensações da feira. Nessa área foi possível conhecer pesquisas, tendências e iniciativas que procuram compreender e decodificar o futuro dos alimentos e bebidas.
O futuro da alimentação é um assunto fascinante, mais ainda por causa das necessidades das empresas em compreender o comportamento dos consumidores para atraí-los. Esse tema recebe muita atenção da mídia, com dados e números sendo divulgados continuamente sobre as mais recentes inovações científicas.
Técnicas são frequentemente apresentadas como a solução para alimentar o mundo, mas há uma dificuldade em classificar a analisar de forma crítica estes anúncios e profecias. O FutureLAb 2030 apresentado na SIAL 2018 teve o objetivo de dividir e apresentar os principais desafios relacionados à cadeia produtiva de alimentos e bebidas em quatro temas principais:
Seremos mais de 9.8 bilhões de pessoas em 2050. Seremos capazes de alimentar o mundo em 2050?
Quem vai fazer as refeições? Comida caseira digitalmente assistida por tecnologia e apps? Robôs serão os cozinheiros?
A comida se tornará nosso melhor remédio? Comida e saúde cada vez mais próximos. Alimentação e produtos customizados serão o futuro?
Até onde vai a transparência, uma vez que envolve cada vez mais todo o sistema, do campo à mesa do consumidor? Transparência e rastreabilidade é realmente o que nos espera?
Muitas startups e grandes corporações avaliaram as mudanças que devem ocorrer no futuro da alimentação e já estão oferecendo novos produtos e serviços. Mas outras inovações mais disruptivas ainda estão sendo testadas em centros de pesquisa e laboratórios.
Para chegar ao estágio de lançamento ao mercado e, além disso, à distribuição em massa, esses novos produtos precisam provar sua efetividade e rentabilidade e convencer os consumidores.
Portanto, é preciso sempre ter em mente de que em muitos países e no Brasil os consumidores estão cada vez mais preocupados com sua alimentação, em geral não estão tão abertos à inovação e levam em consideração o custo dos produtos antes de saírem às compras.
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