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Ana Carolina Cittolin
Gerência Setorial do Agronegócio
A qualidade do leite não se resume à indústria: os cuidados começam na propriedade rural, quando o produto ainda está longe de chegar ao consumidor. Roberto Lucena, auditor fiscal federal agropecuário do MAPA (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) explica como o produtor rural deve melhorar as técnicas e práticas agropecuárias a fim de transformar sua produção, agregando valor e qualidade ao leite.
A produtividade do setor no Rio Grande do Sul é uma das melhores do Brasil, chegando 16 milhões de litros de leite por dia. O dado do IBGE aponta que o estado gaúcho representa 12% de toda a produção nacional, sendo o terceiro estado maior produtor, com mais de 80 mil produtores envolvidos na atividade. Buscando qualificar o setor produtivo, o Governo Federal lançou o Programa Mais Leite Saudável, que oferece recursos e incentivos para colocar o Brasil em destaque mundial. Lucena afirma que, através de Assistência Técnica voltada para a gestão da propriedade, implementação das Boas Práticas Agropecuárias e capacitação dos produtores rurais será possível ter implicação direta na sustentabilidade, produção, produtividade e qualidade do leite.
Em assistências técnicas frequentes, agrônomos, veterinários e técnicos em agropecuária irão capacitar os agricultores. “O produtor passa a ser orientado para adotar medidas de controle na ordenha, alimentação, sanidade do rebanho, manejo, pastagens, água, bem estar animal, reprodução, aplicação e período de carência de medicamento e gerenciamento da propriedade”, afirma o fiscal. Assim, é possível implementar ações e criar mecanismos de controles ao longo das atividades que envolvem a produção leiteira. Mensalmente o leite será analisado para parâmetros de qualidade ressaltando a Contagem de Células Somáticas, que revela possíveis enfermidades no animal, e a Contagem Bacteriana Total. “É importante termos esses parâmetros para avaliarmos e fazermos ações mais efetivas para a melhoria da qualidade do leite”, salienta.
Outro ponto fomentado no programa é a criação ou desenvolvimento de atividades que promovam o melhoramento genético dos rebanhos buscando os melhores resultados, principalmente por meio de avaliações zootécnicas e cruzamento. “Tu vais identificar deficiências e vais tentar corrigir com cruzamentos dirigidos”, esclarece. Com a busca por animais selecionados, espera-se um aumento da produção e da qualidade.
Além do melhoramento genético, os produtores são estimulados a participarem de seminários e encontros onde há troca de experiências, o que promove a educação sanitária nas propriedades. Lucena afirma que quase todos os projetos voltados para a qualidade do leite incluem estas atividades, o que gera um domínio maior de normas e processos pelos agricultores. “Tudo isso é para o produtor rural ter um melhor domínio da atividade, melhorar a qualidade do leite e melhorar o gerenciamento da sua propriedade”, finaliza.
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