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Leite e Derivados

Perspectiva

Perspectivas para a produção de leite no RS

atualizado em: 10/07/17
Ana Carolina Cittolin

Ana Carolina Cittolin

Gerência Setorial do Agronegócio

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Em um cenário de crescimento da produção e do processamento de leite, somente vender leite para outros estados não será suficiente

Não é novidade a grandeza do Rio Grande do Sul na produção de leite. A região noroeste do estado, juntamente com o oeste catarinense e o sudoeste paranaense formam a grande bacia leiteira do Brasil. Produzimos leite suficiente para abastecer a demanda interna, enviar o excedente para outros estados e exportar. Mesmo se o consumo de lácteos chegasse ao recomendado pela OMS, teríamos um excedente considerável. Junto a esse cenário, temos uma capacidade industrial ociosa de cerca de 30% e novos investimentos continuam sendo feitos. Mas, se temos produto sobrando no Estado, por que os investimentos em plantas industriais continuam sendo feitos? Para onde vamos mandar esse produto?

Hoje praticamente todo nosso excedente é enviado para o sudeste e nordeste do país. Muito pouco do que produzimos é exportado. Em um cenário de crescimento da produção e do processamento de leite, somente vender leite para outros estados não será suficiente. E por que não exportamos mais?

Não temos qualidade e sanidade o suficiente para exportar. E quando falo em qualidade, não estou falando apenas de CCS (contagem de células somáticas) e CBT (contagem bacteriana total), indicadores importantes para a qualidade do leite. Hoje, poucos estão preocupados com outro ponto importante: a composição do leite. O mundo remunera o produtor pela composição de sólidos do leite. O Brasil não, por isso ainda temos muito o que evoluir. A preocupação com os níveis de proteína, gordura e carboidrato deveria fazer parte da rotina do produtor.

A questão sanitária é outro ponto importante. Temos um plano de controle e erradicação de brucelose e tuberculose que não sai do papel. Poucos são os produtores que aderem ao plano, que hoje tem adesão voluntária. A mastite ainda é um grande problema dentro das propriedades. A mastite subclínica não é tratada com a seriedade necessária e o produtor acumula prejuízos sem nem se dar conta.

Sem atendermos a qualidade e a sanidade, não seremos um Estado exportador de leite. Não atingiremos os melhores mercados, não aumentaremos o valor do nosso produto. Sem esse mercado, não teremos para quem vender o leite que produzimos. O efeito em cadeia de situações como essa é desastroso para a todas as partes interessadas.

Produtor, se pudermos deixar três pontos de atenção para você seguir na cadeia do leite nos próximos anos, são estes:

  • Siga todas as recomendações sanitárias da sua região;
  •  Controle a mastite clínica e subclínica, faça os tratamentos adequados;
  • Produza um leite com um bom teor de sólidos e boa qualidade.Seguindo essas dicas você estará garantido num mercado que ficará mais exigente no futuro.
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