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João Paulo Martins Costa Kessler
Gerente do Agronegócios do Sebrae RS
O setor agropecuário brasileiro modernizou-se ao longo dos últimos 50 anos, período em que o Brasil realizou uma transição bem-sucedida de transformação agrícola, passando de importador de alimentos, na década de 1960, para produtor estratégico em 2017.
O desenvolvimento de tecnologia somado a conhecimento foram fundamentais para a transformação da agropecuária brasileira. Entretanto, segundo artigo do pesquisador José Eustáquio Vieira Filho da Embrapa Estudos e Capacitação – Brasília/DF, o país se depara com alguns desafios na manutenção de sua trajetória tecnológica, onde cita que o principal deles é a ampliação da capacidade de absorção de conhecimento externo pelos produtores rurais, possibilitando, assim, a inclusão produtiva. Na sequência de importância, o desafio de criar ambientes alternativos à mão de obra dos jovens, que possam garantir, sem quebra a sucessão gerencial dos negócios, é imprescindível e urgente.
Sua análise é contundente em afirmar que, de nada adianta desenvolver a melhor tecnologia se na ponta da cadeia, o produtor rural não está apto a incorporar e a assimilar os novos conhecimentos. A atratividade das facilidades da vida urbana (educação, melhores oportunidades de emprego, saúde e entretenimento), minam, com muita frequência a disposição daqueles que penam em seguir atuando no meio rural. Comenta-se também, entre os pesquisadores que analisam a situação e o futuro dos meios de produção no Brasil, que a tecnologia isolada do processo de aprendizado não garante o aumento da produção, nem mesmo o uso eficiente do conteúdo tecnológico.
Quando olhamos para a cadeia produtiva do leite do nosso estado, entendemos com clareza, os impactos desta importante abordagem. Segundo os dados contidos no Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul, realizado pela EMATER/RS houve a saída de 19.334 produtores de leite da atividade entre os anos de 2014 e 2016. Isto significa que, 23 % dos produtores que entregavam seus produtos para as indústrias, cooperativas ou queijarias, deixaram a atividade neste período. Muitas foram as razões para esta forte “debandada” no setor leiteiro no estado, onde o preço do leite e as suas flutuações no mercado respondem por uma parte considerável. Esta decisão, no entanto, não está isolada de uma análise mais ampla, onde a baixa produtividade e o alto custo convertem muitas propriedades rurais em sistemas produtivos pouco rentáveis.
Se olharmos para o nível tecnológico utilizado e difundido nesta cadeia produtiva, vimos, no Relatório da Emater/RS, que as pastagens de inverno e de verão, assim como a produção de forragem conservada despontam como as tecnologias mais aceitas. Conhecer os princípios do manejo de pastagens para alta produção e qualidade é fundamental para a permanência na atividade. Este conhecimento está disponível no estado há muitos anos e é facilmente acessado, no entanto, não está sendo divulgado e/ou disponibilizado para muitos produtores rurais que trabalham com a produção leiteira. Aqui então, temos o gargalo tecnológico comentado no início deste artigo: “a tecnologia isolada do processo de aprendizado não garante o aumento da produção, nem mesmo o uso eficiente do conteúdo tecnológico”. Reafirma-se então, que é urgente repensar e agilizar a aproximação do conhecimento tecnológico para permitir a inclusão produtiva no estado do RS e especialmente na cadeia produtiva do leite.
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Acesse o Vídeo – Bovinocultura de leite – Ambiente de produção
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