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Economia Criativa

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A percepção de impacto socioambiental modifica as formas de fazer negócio

atualizado em: 05/02/19
Túlio Josué Pinheiro dos Santos

Túlio Josué Pinheiro dos Santos

Coordenador Estadual de Franquias e Redes Cooperação do SEBRAE RS

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Esses negócios caracterizam-se por desejarem modificar a realidade dos territórios em que se encontram

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No decorrer dos últimos anos, acompanhamos uma mudança no perfil de alguns micro e pequenos empresários. Seja por uma nova mentalidade na qual evidenciar que a empresa, acima de tudo, tem um propósito de existir; seja por um novo comportamento dos consumidores, pressionando o modelo tradicional de empresa, onde o produto e/ou serviços por si só não trazem ganho nenhum para o coletivo. E é neste ambiente que surgem os Negócios de Impacto Social.

Esse setor vem crescendo a cada ano. De acordo com o último estudo realizado por Sebrae e PNUD, do Projeto Incluir, são mais de 830 negócios de impacto no Brasil. Eles estão concentrados, em sua maioria, nas regiões Sudeste e Sul. Entretanto, a região Nordeste vem ganhando destaque a cada ano.

Quando olhamos para a diversificação do perfil dos empresários dessas iniciativas, percebemos um equilíbrio entre os homens (45%) e mulheres (54%). Além disso, uma grande concentração de pessoas com menos de 35 anos empreendendo nesse ecossistema (49,9%).

Como fator característico desses empresários, mais de 30% deles ainda não possuem empresa formalizada, o que acarreta um número concentrado de empresários na fase de ideação e validação de mercado (55%). Isso transparece um perfil de empresários que sabem das oportunidades de mercado existentes, entendem as causas que querem resolver, possuem propósitos muito fortes, mas ainda não conseguem colocar sua ideia em prática e validá-la no mercado, tornando-a rentável. Pois 79% dessas empresas faturam menos de R$ 60 mil/ano. Somado a esse pouco profissionalismo ou falta de informação de como colocar sua ideia em prática, 74% possuem menos de dois anos de existência no mercado.

Ainda, a maioria dos empreendimentos atua na área de serviços (70%), com uma distribuição relativamente baixa e similar entre os setores de comércio, indústria e agropecuária. E destacam-se os modelos de negócios que vendem diretamente ao consumidor final (51%), seguidos por aqueles que operam no modelo business to business. Chama a atenção o baixo grau de relacionamento com os governos, o que aponta um desafio importante para que esses negócios consigam ganhar escala e maior alcance para atender à população em geral.

Percepção socioambiental regionalizada

Em relação aos segmentos de atuação, há diferenças relevantes entre as regiões. Tanto Centro-Oeste quanto Nordeste têm uma atuação mais relevante em higiene e cosméticos. O Centro-Oeste também apresenta, relativamente, vários negócios em economia digital e equidade e gênero. Já o Nordeste tem uma representatividade maior em turismo e moda. Na região Norte, destacam-se os segmentos de habitação e alimentos e bebidas. Já no Sudeste, há uma atuação mais intensa em educação, serviços financeiros e promoção de paz e justiça. Por fim, a região Sul tem um foco um pouco maior em saneamento, mobilidade e habitação.

Na percepção dos empreendedores, o impacto social das suas iniciativas está diretamente ligado aos produtos e serviços que eles oferecem. Há um destaque também para o empoderamento das comunidades do entorno, ressaltando, novamente, a questão do desenvolvimento local. Contudo, é relativamente menor o número de negócios que percebem seu impacto na inclusão de pessoas de menor renda na cadeia de distribuição.

 

Por fim, vale destacar que esse estudo possui informações bem mais detalhadas e retrata um pouco do ecossistema de impacto no Brasil. Fora isso, é importante ter em mente que esses negócios se caracterizam como:

Negócios pouco maduros. Ou seja, empresários com poucas percepções de que a empresa precisa dar lucro e que se trata de um negócio (business). Entenda as principais dificuldades de quem começa um negócio de impacto social;

Existem poucas informações e auxílio nesse processo inicial, onde as pessoas precisam tirar as ideias do papel, começar a pensar no negócio e testar;

Apesar dessa não compreensão e falta de informações, as pessoas sabem o que querem mudar e possuem um propósito forte, fortalecendo a ideia de que o mindset dos empresários vem se alterando e de que eles desejam proporcionar um mundo mais justo e integrado;

Os negócios caracterizam-se por desejarem modificar, em sua maioria, a realidade dos territórios em que estejam inseridos ou de seu entorno, ou seja, dão força para o termo “comunidade”.

Sugestões para quem está iniciando e gostaria de colocar suas ideias em prática:

Descobrindo o Brasil dos Negócios Sociais: https://youtu.be/K8uc9lUEVSU

Programas para ajudar a iniciar:

GUIA 2.5 para saber mais.

No RS, possuímos o Projeto AGIR, que abrirá inscrições em breve!

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