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Economia Digital

Inovação

A adoção de novas tecnologias em mercados tradicionais

atualizado em: 14/11/18
Debora Chagas

Debora Chagas

Coordenadora Estadual da Startups e Economia Digital do SEBRAE RS

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Para citar um exemplo de mercado tradicional que está mais atento do que nunca às inovações tecnológicas, temos o varejo, onde o e-commerce cresce exponencialmente

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Inovação é uma palavra comum quando se trata de empreendedorismo, mas até mesmo em mercados tradicionais ela é uma constante preocupação de empresas já bem estabelecidas. Afinal, por mais que uma empresa já tenha alcançado sucesso entre seu público-alvo, é preciso sempre estar atenta às mudanças culturais e às novas exigências dos mercados. E a inovação no meio empresarial pode ser relacionada tanto à criação de novos produtos como também à adoção de novas tecnologias ou à invenção um novo modo de produzir determinada mercadoria ou serviço já ofertado no mercado.

As novas tecnologias que vão surgindo desempenham um papel importante nesse contexto, pois permitem cada vez mais o desenvolvimento de mecanismos inovadores na produção de bens de consumo, aperfeiçoando o desempenho dos produtos e serviços e aumentando a competitividade das empresas no mercado.

Para citar um exemplo de mercado tradicional que está mais atento do que nunca às inovações tecnológicas, temos o varejo, onde o e-commerce (venda online) cresce exponencialmente, fazendo com que o varejo físico corra atrás de soluções para conseguir competir com essa nova forma de consumo. Buscando mais eficiência e produtividade, esse setor está inserindo inteligência artificial em seus processos, com a adoção de ferramentas para gerenciar informações no ponto de venda em tempo real, monitorar a atuação dos promotores, comparar times e gerir estoque.

Suporte de startups

Um movimento interessante que está sendo sentido é a valorização das startups por parte de empresas ditas da economia tradicional. As startups, como todos sabem, normalmente são empresas que surgem a partir de oportunidades de se apresentarem novos produtos ou serviços, normalmente focados nas novas tecnologias, e que não têm medo de ousar. Dessa forma, muitas empresas tradicionais buscam investir em startups de fora, como forma de acompanhar as mudanças trazidas por novas gerações sem colocar em risco o que já conquistaram no mercado.

Tecnologias nas construtechs

Um setor bastante tradicional que vem sendo impactado por novas tecnologias, tanto através da criação de startups como por meio de inovações em empresas gigantes do meio, é o da construção civil. As construtechs, como são chamadas as startups voltadas à cadeia de construção, são um campo promissor, tendo em vista que somente nos Estados Unidos os investimentos nessa área já somam mais de US$ 1 bilhão. Aqui no Brasil, a Andrade Gutierrez passou a desenvolver um programa de inovação visando se aproximar das startups do setor, criando o Vetor AG, um programa de incubação e aceleração corporativa. Do mesmo modo, a Alphaville Urbanismo criou o Alpha Inova, também um programa de incentivo e conexão com startups, já de olho em formar parcerias.

No Rio Grande do Sul, o grupo Fida também vem apostando em tecnologias para melhorar a produção e crescer ainda mais, tendo investido cerca de R$ 1 milhão na criação de uma argamassa térmica que é capaz de suportar até 1.000°C sem sofrer alterações. Já a Mafersul Construções e Reformas, de Porto Alegre, é pioneira na utilização de smartphones entre a equipe de execução da obra, de forma que seus projetos são geridos digitalmente. Isso significa que, mesmo se o engenheiro ou arquiteto responsável pelo projeto não estiver presente na obra, ele poderá resolver eventuais problemas através de fotos ou vídeos, garantindo mais agilidade no serviço e redução de custos e prazos.

Esse movimento de segmentos tradicionais buscando melhores resultados por meio das tecnologias também está fomentando parcerias entre diferentes setores. Um exemplo que pode inspirar empreendedores vem da Vivare Móveis, de Caxias do Sul, que, em parceria com a Garibaldi Construção Civil, criou a Formadeira, empresa que desenvolveu um processo novo de projeção e fabricação de formas de madeira para concreto armado, que até então eram fabricadas de maneira artesanal, gerando um molde preciso que reduz o desperdício de materiais e o tempo de execução.

Ser uma empresa de um mercado tradicional não é empecilho para adoção de novas tecnologias. Pelo contrário, se você ainda não começou a inovar em seu negócio, significa que tem um amplo campo de oportunidades. Com empenho e investimento, a atualização vai se tornando um hábito. Empresas que fazem da análise de seu processo de produção uma rotina, sempre procurando formas de melhorar o trabalho e reduzir custos, estarão sempre um passo à frente.

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