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Fabiola Catarina
Gerência de Relacionamento com Clientes
Porto Alegre – Um novo nome, uma nova cara e o negócio reinicia maior e melhor. Foi assim que a Like Boutique, de Porto Alegre, planejou uma grande virada que já está dando certo. Participante do projeto Comércio e Serviços em Ação, grupo Moda e Negócios, na Regional Metropolitana do SEBRAE RS, a loja de roupas e acessórios femininos reabriu no final de março com transformações radicais em relação à sua própria origem. “Foram as consultorias que me fizeram encarar a realidade de ser empreendedora em um dos piores momentos da economia. Acredito muito na mudança que implementamos”, diz Adriana Cabral, a proprietária.
Voltando ao passado, a história da Like Boutique pode ser inspiradora para muitas outras empresárias. Há seis anos, Adriana começou a vender roupas para mulheres no sistema de venda direta, entregando em casa ou no trabalho das clientes. Em apenas três anos, já tinha condições de estruturar um ponto de venda fixo, mas não conseguia organizar a gestão geral, o controle entre a compra da mercadoria e a demanda das consumidoras. “Encontrei no SEBRAE RS a orientação de que precisava ter foco, vender melhor e superar os resultados. Havia uma dissonância entre o nome da loja e o perfil das vendas que me atrapalhava”, lembra ela, relatando que o nome inicial era “Compras básicas”.
No entanto, “de básica não havia nada”, diz o gestor do projeto que atendeu o caso de Adriana no SEBRAE RS, Rodrigo Baierle Silva. O diagnóstico apontava para um problema de conceito. “A Like Boutique começou a ser concebida com esse nome e identidade a partir do momento em que a empreendedora percebeu que poderia aumentar muito as vendas se tivesse um modo mais organizado de apresentar-se e seduzir as compradoras, transmitindo a verdadeira essência do negócio”, comenta Baierle. Isso significou mais do que o novo nome e tipo de produto que incluía vestimentas de festa e multimarcas fashion, portanto, não era de fato básica. “Na área de moda, aprendi que compor os looks, demonstrando opções e variações, ajudava as clientes que se sentiam perdidas diante de tanta variedade”, complementa Adriana.
E deu certo. No evento de reinauguração foram apresentados 18 looks desfilados por seis modelos. “Simplesmente aconteceu que, durante o coquetel, vendemos quase todas as composições criadas”, empolga-se a empresária. Mais do que a troca de nome, a loja passou por uma reformulação de decoração e layout, aumentou de tamanho, introduziu acessórios como produtos extras de moda e fidelizou as cerca de 100 clientes que atende em média por mês. “Tenho a expectativa de aumentar esse número em 30% nos próximos meses. A partir da diversificação da oferta, com os acessórios de valores mais variados, criei também um perfil de loja para presentes”, conta ela.
Baierle recomenda então: “Para driblar o difícil momento da economia, os empresários precisam estar atentos às mudanças do mercado, conhecer o seu cliente e ter coragem para inovar”.
No bairro, uma relação social
A gestão do negócio também merece um olhar novo para a Like Boutique. Microempresa de origem, a intenção da proprietária é continuar nessa categoria, mas aumentando as vendas e sendo uma referência na Zona Norte da Capital gaúcha. Hoje, apenas ela e uma funcionária dão conta do atendimento e das rotinas administrativas e financeiras. “E mesmo assim montamos um evento que foi importante no bairro. Convidamos a estética Conceito da Beleza, que é vizinha, para a produção das modelos. Chamamos um food truck especializado em hambúrguer de costela, o Bistrô da Ana, e a microcervejaria artesanal Bicuda. Ou seja, era uma atividade para famílias também”, conta Adriana que, atualmente, faz consultoria voltada às finanças e deverá contratar mais um colaborador.
De acordo com o gestor de projetos do SEBRAE RS, a instituição colaborou com indicações de parcerias para que o evento tomasse a dimensão e o diferencial para agradar a comunidade da região da loja. “Cada vez mais esse tipo de iniciativa pode ser estimulada, pois os pequenos negócios são propícios para a atuação coletiva e complementar. O food truck é um participante do projeto de alimentação no SEBRAE RS, por exemplo”, informa Rodrigo Baierle Silva.
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