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Ivana
Jornalista
“Vamos tomar conta do Brasil e depois da América do Sul”. A afirmação cheia de entusiasmo é de Luiz Eduardo Batalha, maior produtor brasileiro de azeite de oliva e detentor de vários prêmios internacionais com o Azeite Batalha Extravirgem produzido a partir dos olivais na Estância Guarda Velha, no município de Pinheiro Machado (RS).
O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de azeitonas e de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Olivicultura, o Estado cultiva atualmente 4.500 hectares. São cerca de 200 olivicultores cadastrados, nove plantas extratoras de azeite e mais de 30 marcas do produto. A atividade conquista o interesse dos empreendedores e a cada ano atrai novos investimentos, pois a produção brasileira não atende nem 1% da demanda interna de consumo, o que torna o Brasil o segundo maior importador de azeite de oliva, atrás apenas dos Estados Unidos.
O potencial do mercado coloca o Estado no centro das atenções devido às suas peculiaridades de solo e temperaturas adequadas ao desenvolvimento dos olivais. “Precisamos de 400 horas por ano de frio abaixo de sete graus”, ensina Batalha. Essas condições são encontradas em poucas regiões e, além disso, pesquisas feitas pela empresa sobre as variedades de azeitona que melhor se adaptam ao clima gaúcho demostraram que no paralelo 31 do Hemisfério Sul está o lugar ideal para o plantio de azeitonas. Os grandes produtores estão nessa região como Argentina, Chile, Uruguai, África do Sul e Austrália. Os olivais de Pinheiro Machado também acompanham essa localização.
Os mais de 10 prêmios, conquistados na Itália, Espanha, Inglaterra, Israel, Argentina e no Brasil, provam a qualidade do Azeite Batalha e estimulam a expansão. Atualmente, são cerca de 550 ha cultivados e, recentemente, a 16 km da Estância Guarda Velha, foi adquirido um novo pomar em Candiota. A área já conta com uma agroindústria e possibilitará o aumento da produção em 25%. “Estou bem animado”, afirma Batalha. A marca já responde por um quarto da produção brasileira de azeite de oliva que é de cerca de 230 mil litros/ano. Entre os planos estão a produção de azeitonas em Pinheiro Machado e investimento também no olivoturismo. “Esse é um projeto em que o produto principal dura 200 anos”, complementa, referindo-se aos olivais.
A trajetória de Batalha e o desempenho da cadeia de olivicultura e sistemas integrados são acompanhados pelo Sebrae RS e embora a empresa já tenha alcançado um nível mais avançado, ainda integra o projeto de alimentos e bebidas. “É importante que mesmo os empreendedores que estão começando nos procurem porque há programas para todos os níveis de empresas, mesmo as que estão em um estágio mais inicial de gestão”, afirma a gestora de projetos do Sebrae RS Vanessa Pellin.
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