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Pedro Brites Pascotini
Coordenador Estadual de Olivicultura e Grãos e sistemas integrados do SEBRAE RS
A introdução das oliveiras no Brasil vem da época do Brasil colonial. Foram introduzidas algumas árvores, que não prosperaram pois a coroa Portuguesa impediu que os plantios continuassem para evitar a concorrência como azeite português. Só em 1940 iniciaram os primeiros estudos e cultivos de variedades no país. Descobriu-se que as regiões sul e sudeste são as mais indicadas para a cultura, com destaque para o Rio Grande do Sul, entre os paralelos 30 e 45°, zona mais apta para o cultivo de oliveiras.
Atualmente o Brasil conta com cultivos comerciais nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com exceção do RS, os demais têm pequenos microclimas e zonas aptas para o cultivo, mas com pequena expressão em área. Sendo assim, é o solo gaúcho que possui maior área cultivada, com grande potencial para aumentar ainda mais.
Após o início dos plantios, a EMATER-Ascar e a EMBRAPA buscaram capacitar técnicos para atender essa nova demanda do agronegócio do Rio Grande do Sul, enviando-os para os países produtores para que observassem as técnicas de manejo e pesquisas realizadas no continente europeu, adaptando-as para a realidade local.
Os anos passam e crescem os cultivos de oliveiras no Estado, contudo, surgem dúvidas sobre o manejo e condução dos olivais, assim como nos processos de extração de azeite. A pressão de produtores em busca de informações fez com que a Secretaria de Agricultura do estado criasse, em 2008, o Grupo Técnico – Pesquisa e Extensão em Olivicultura, composto por pesquisadores e extensionistas. As informações geradas e as primeiras colheitas com resultados positivos trouxeram ânimo à cultura, novos investidores gaúchos e outros de fora.
Mais um passo para o estabelecimento dessa cadeia produtiva foi dado em 2012, quando a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul instituiu a Câmara Setorial das Oliveiras e a abertura Oficial da Colheita. A criação da Câmara Setorial oportunizou um local onde os interessados no setor e instituições podem se reunir para compartilhar conhecimento e boas experiências, agrupar demandas do setor, assim como avaliar e buscar sanar gargalos. Exemplo dos ganhos atingidos são o lançamento do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró Oliva) – instituído em 29 de julho de 2015 – e o decreto de redução da carga tributária – n° 53.275, assinado em 27 de outubro de 2016 – que através de crédito fiscal de ICMS presumido, passa a alíquota de 18% para 7% nas vendas internas de azeite fabricado com azeitonas produzidas no país.
Atento ao crescimento desta cadeia produtiva da olivicultura no estado do Rio Grande do Sul o Programa Juntos para Competir, ação integrada da FARSUL, SENAR/RS e SEBRAE/RS, iniciou ações no setor da olivicultura no ano de 2016, trazendo informações ao Salão do Empreendedor na 39ª Expointer. Já no ano de 2017, realizou-se uma viagem técnica para o Uruguai com representantes da EMATER/RS – ASCAR, SEAPI, FARSUL, SENAR/RS e SEBRAE/RS para buscar conhecimento e experiências já vividas pelo país vizinho Uruguai neste segmento, assim como estreitar parcerias entre as instituições para organização e alavancagem da cadeia produtiva da olivicultura no Rio Grande do Sul.
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