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Michelle Clos
Assistente social, especializada em Psicopedagogia Institucional, mestre em Educação, doutora em Gerontologia Biomédica, fundadora e diretora técnica da Senescentis
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A população está envelhecendo e exigindo do mercado soluções inovadoras e criativas para problemas antigos e para superar o óbvio nas demandas da população 60+. De acordo com o IBGE (2017), o número de idosos cresceu 18% nos últimos cinco anos, o que representa cerca de 30 milhões de pessoas vivendo mais, mas não necessariamente melhor. Essa transição demográfica faz emergir uma triste realidade: a família vem perdendo capacidade de cuidar e proteger seus membros, o que abre portas para um número expressivo e diversificado de serviços nas áreas de saúde e residenciais geriátricos.
As opções de moradia são um capítulo importante nas discussões sobre o envelhecimento, pois transitam entre três importantes áreas: saúde, assistência social e habitação. Tradicionalmente conhecemos as instituições de longa permanência, comercialmente conhecidas como casas de repouso, clínicas, residenciais sênior ou geriatrias, mas existem novos modelos que vêm ganhando espaço: estamos falando de hotéis e empreendimentos imobiliários que oferecem, além do espaço físico e hotelaria, a gestão de demandas de saúde.
Os serviços de saúde voltados à população 60+ compõem um mercado promissor e em expansão. Desde dispositivos de cuidado e segurança, aplicativos, até modelos de cuidado e atenção domiciliar já estão disponíveis. Existe uma variedade de novidades capazes de melhorar o dia a dia das pessoas que envelhecem. Assessorias e consultorias especializadas são cada vez mais necessárias para contextualizarem os diferentes setores do mercado sobre o universo de possibilidades dos 60+. As inovações devem considerar as múltiplas dimensões e necessidades para uma vida longeva, pois é preciso pensar além do binômio saúde-doença, e considerar convivência, fortalecimento de vínculos e participação social.
No processo de envelhecimento é preciso olhar para o óbvio e provocar-se ao estranhamento para então construirmos alternativas. Mas o que é óbvio? Todos estamos envelhecendo, e ao nosso redor nossos amigos, parentes e conhecidos também estão. O desafio de empreender na oferta de produtos e serviços para população 60+ é, primeiramente, reconhecer que é um público heterogêneo e que trabalhar com e para pessoas idosas é trabalhar com e para todas as gerações.
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