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Walter Sengik da Cruz
Diretor de Relacionamento da Ubistart
E vamos a um assunto claramente polêmico: Mínimo Produto Viável.
Esta sigla pode causar arrepios para consultores e mentores que precisam lidar com projetos digitais de seus clientes.
Na equipe da Ubistart já escutei esta sátira do “Máximo Produto Viável” e isto me fez refletir em seu contexto de tecnologia e inovação digital. Por isto, achei pertinente abordar o conceito aqui neste artigo e, claro, como nós o evitamos. Muito provável que você já tenha ouvido ou lido em algum lugar a sigla MVP (Minimum Viable Product), que traduzindo para nossa colocação abrasileirada corresponde a Mínimo Produto Viável. Resumidamente o MVP é o termo utilizado para conceituar um produto em sua fase mais simplória, sendo este para validações de clientes ou até mercado.
Um exemplo simplificado para o MVP é: o produto perfeito para cortar uma grama talvez seja uma máquina automatizada super sofisticada, porém, o MVP pode ser a tesoura de cortar grama. A tesoura pode não ser a melhor ferramenta de trabalho para cortar a grama de um grande gramado, mas ela traz a experiência para o usuário e soluciona a dor dele: cortar a grama.
Até aqui, muitos que estão lendo devem estar pensando: “ok, isto eu já sei…”. Porém, a gente se depara no dia a dia com algo incrível: todos sabem o significado, defendem o significado, mas quando é a vez de o cidadão fazer seu Mínimo Produto Viável para sua empresa, o conceito original simplesmente some.
“Até parece que tudo aquilo que aprendemos de MVP (e até ensinamos) simplesmente some.”
E por que acontece isso? Por que some? Porque quando entra na nossa vez, nosso cérebro muda uma chavezinha e se incomoda de entregar o mínimo. Algumas das frases que já escutei:
“Sem isto minha solução não vai validar e tracionar.”
“Preciso entregar o melhor no mercado.”
“Ninguém vai enxergar valor em entregar uma plataforma assim.”
Estas são frases que ouço muito nas ações em que ajudo na comunidade empreendedora ou até mesmo na minha atuação profissional com a Ubistart. Pense no desafio que passamos em conseguir segurar nossos clientes quanto a isto. Em outros posts eu já comentei dos motivos que levam um projeto de software a atrasar, destacando que comunicação, transparência e processos são áreas que afetam muito o cronograma de entrega de projetos de software. E um dos motivos que ajuda muito nisto é justamente o MVP. Por isso colocamos uma fase antes do software para mapear as funcionalidades dos projetos. Chamamos esta fase de pré-projeto ou simplesmente consultoria.
E sim, pegamos muitos projetos que deveriam ser Mínimos Produtos Viáveis no discurso de fechamento com o cliente, mas quando vamos para a fase de interação mais imersiva com o cliente para compreensão real das funcionalidades deste MVP, ele se transforma no Máximo Produto Viável.
Nosso desafio como empresa é evitar esse problema com a utilização desses três pilares (comunicação, transparência e processos) para que possamos mostrar claramente aos nossos clientes que a solução de dois meses já está virando um projeto de quase oito…
Claro que para fazer isso não colocamos apenas o profissional especialista em tecnologia digital ou em Design UX/UI, colocamos o profissional especializado em Negócios e Requisitos (e claro, os outros dois). Unindo essas três áreas conseguimos mostrar nas interações da etapa de consultoria que a solução digital a ser construída pode estar fugindo do foco inicial. E com isso levantamos uma bandeira amarela para o cliente, sinalizando que a complexidade está aumentando e que estamos fugindo do foco inicial.
“O nosso desafio é construir um backlog (escopo de projeto) que atenda à necessidade do cliente na medida, sem mais e nem menos.”
Este contexto pode até indicar que estamos “deixando” de oferecer uma solução maior e, por consequência, realizando uma venda menor. Mas é isto que as empresas estão buscando? É isto que queremos oferecer? Fadar ao fracasso o negócio de um cliente só para ganhar mais? Não. É clichê, mas real: se o cliente tem sucesso, eu ganho reconhecimento e novas demandas. Esta “malandragem” comercial já perdeu muita força, as empresas estão cansadas da falta de transparência.
Sabemos que é difícil nos contermos quando falamos do que queremos entregar no mercado como MVP. Sempre buscamos mais e mais e apresentar quase um diamante lapidado. Porém, contar com um ator externo para avaliar o avanço de seu negócio ajuda muito!
As startups, indiferentemente da fase (pois em todos os momentos saem novas features, novas versões, novas validações…), podem contar com mentores, consultores e uma série de iniciativas aqui no RS. E, já que estamos falando de parcerias para tirar os projetos de software do papel com transparência e comunicação eficiente, a Ubistart é uma das referências de mercado.
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