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Jamir Luis Silva da Silva
Pesquisador Embrapa Clima Temperado Pelotas
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Este é um assunto bastante trabalhado e discutido nos meios acadêmicos, políticos e de produtores. No entanto, a cada ano que passa a história se repete e novos e/ou “novos-velhos” produtores enfrentam de forma muito intensa dificuldades devido aos preços de comercialização de seus produtos. Há dois lados para este assunto: um é o efeito do imediatismo, o outro é a falta de planejamento estrutural por parte dos produtores aliada a uma política agrícola não adequada.
Os dois lados estão interligados e interagindo intensamente com as atividades realizadas e planejadas pelos agentes de produção. O imediatismo depende de vários fatores, alguns até culturais, mas o mais importante é a visão “do ganhar dinheiro rápido ou deixar de perder”, na qual os produtores pensam somente no valor de desembolso para produzir um determinado produto (que chamam equivocadamente de custo de produção) e no preço de venda deste produto. Em muitos casos esses valores não têm embasamento científico ou técnico para realmente se saber qual é o valor apropriado para colocar o produto no mercado. Valores estes que devem estar adequados com a tecnologia utilizada e com o sistema de produção. Os mercados são os definidores dos preços, mas os produtores podem planejar seus sistemas de produção de forma a serem mais competitivos (alta produtividade, baixos custos e tecnologias sustentáveis).
Em muitos casos isso não acontece porque na visão imediatista o que se busca é a melhor exploração do preço de mercado. Os produtos estão prontos para serem comercializados, mas não o são pela espera de um preço melhor. Às vezes (em pouquíssimos casos) essa espera é positiva. Na maioria dos casos ela é negativa, pois se o produto ficar armazenado, na propriedade ou em locais especiais, demandará custos que geralmente não são computados: custos por armazenagem, de oportunidade, de mão-de-obra e, às vezes e mais importante, de qualidade.
Um exemplo recente é o preço e o comércio de bovinos. Há muitos produtores com novilhos terminados na propriedade, esperando melhoria de preço no final do ano, o que até poderá ocorrer. Mas pensem um pouco mais. Esses animais estão tirando espaço de outros na sequência, o que geraria maior giro de receita; o preço dos insumos tende a subir nessa época, prejudicando a relação de preços produto/insumo; animais mais velhos comem mais para sua manutenção em relação ao consumo para produção; e pastagens com cargas menores tendem a gerar maior produção animal. Isso também vale para os grãos: o custo de armazenagem e depreciação da qualidade, em muitos casos, supera o incremento nos preços finais de venda do produto.
O segundo lado é o mais importante tecnicamente, ou seja, o planejamento com projetos técnicos bem elaborados deve ser a base de qualquer sistema de produção agrícola que objetive competitividade, sustentabilidade e rentabilidade. A visão de receitas e custos passa por conhecimentos profundos das tecnologias empregadas nos mais diferentes sistemas de produção atualmente utilizados.
Não existem milagres na agricultura e pecuária, assim como em qualquer outra atividade profissional. O que se necessita é conhecimento e, principalmente, aplicação desse conhecimento. Ainda estamos na visão histórica de que o que era feito pelo avô, feito pelo pai, pode continuar sendo feito porque se perpetuou no tempo. As tecnologias evoluem; a sociedade evolui; as responsabilidades ambientais aumentaram, ou melhor, estão sendo fiscalizadas (isto é muito bom, pois o ambiente é de todos e não de alguns, apesar de que ainda há pessoas pensando dessa forma – o que eles fazem não afeta os demais); a sociedade está buscando melhor qualidade nos produtos consumidos. Enfim, há um “novo-velho” paradigma a ser observado, não se pode produzir a qualquer custo e vender a qualquer receita, precisa de domínio da tecnologia utilizada, precisa de respeito ao meio ambiente e precisa ser competitivo no mercado.
Para o consumidor, existem produtos com mesmos preços no mercado, mas com custos de produção muito diferenciados, necessita-se conhecê-los a fim de tomar a decisão correta no momento da compra. Deve-se buscar sempre a melhor qualidade, não a visual, mas à qualidade relacionada ao meio ambiente ou a rastreabilidade e, para isso, devemos saber um pouco mais sobre a forma e os locais em que os produtos são gerados.
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