Tendências no setor moveleiro

Andrei Carletto

Coordenador Estadual do Moveleiro do SEBRAE RS

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Tão importante quanto estar atento às exigências do mercado é compreender as mudanças de padrão que aos poucos vão ocorrendo no gosto dos consumidores. Assim, para produzir um móvel conectado com o seu público e que possa se diferenciar em relação aos demais, são necessárias algumas reflexões sobre macrotendências, comportamento, consumo, produção, design, ocupação de espaços, sustentabilidade, enfim, informações necessárias para orientar os rumos e decisões estratégicas dos negócios. Entre as principais tendências do setor, destacam-se:

Small Houses

A população do Brasil é predominantemente urbana. Em 2015, 85,4% da população vivia em áreas urbanas, já em 2030 aproximadamente 87,9% da população viverá em áreas urbanas.

A oferta por terrenos urbanos está ficando escassa, e os imóveis estão supervalorizados pela temida especulação imobiliária. Aliado a este cenário, o número de pessoas que compõem uma família está diminuindo, casais sem filhos ou com no máximo dois, idosos e solteiros morando sozinhos, alterando a necessidade de grandes espaços.

As construtoras passam a priorizar unidades menores, reduzindo despesas com as obras e maximizando os lucros. Em São Paulo os apartamentos diminuíram 28% nos últimos cinco anos, e o tamanho médio de um apartamento passou de 127 m² para 81 m² em dez anos. E isso se repete em diversas outras cidades do País.

Móveis multipropósitos

Residências com metragens menores do que estávamos acostumados não implicam, necessariamente, em menos conforto. A falta de espaço pode e deve ser compensada com a disposição de móveis funcionais e aconchegantes.

Os móveis multipropósitos trazem soluções agregadas, permitindo sua utilização em diversas situações, com o diferencial da praticidade e com a organização inteligente dos espaços.

Design para pessoas

Design com foco no ser humano, desde o primeiro contato até o descarte. Quando falamos em design para pessoas estamos agregando resultados funcionais e práticos, ou seja, queremos agregar valor na vida das pessoas respondendo às suas necessidades.

Uma empresa que aplica uma abordagem centrada no usuário está enraizada no profundo conhecimento de suas necessidades e objetivos como ser humano. Entramos em um momento onde o engajamento autêntico é o aspecto mais importante de uma ideia de negócio, tornando o cliente um parceiro no processo.

Tecnologia como experiência

A qualidade e o preço dos produtos influenciam a decisão de compra, porém, os consumidores buscam cada vez mais participar ativamente da criação. Cabe às empresas entender o que o cliente busca, as razões emocionais que o farão decidir em detrimento de outra, mas sem renunciar à humanização do atendimento.

A tecnologia pode auxiliar a elevar a experiência nos pontos de contato do cliente com a marca ou produtos. Um exemplo é a mineração de dados pré-existentes, direcionando a oferta de produtos ou serviços específicos e alinhados com os desejos do consumidor. Ou ainda o uso de ferramentas como realidade aumentada para auxiliar o trabalho de arquitetos, designers, indústrias, marcenarias e lojistas, capaz de despertar emoções através da interação do mundo virtual com o físico, tornando o cliente parte do processo.

Upcycling

A população global está crescendo constantemente, e o suprimento de recursos está diminuindo. Diante deste cenário, o tema upcycling, que consiste na reutilização de produtos que acabariam sendo descartados, está ganhando proporção em novos modelos de produção. Esse movimento traz à tona a necessidade de personalização dos produtos, com objetos únicos e exclusivos para cada cliente.

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