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Roberto Grecellé
Coordenador estadual de pecuária de corte do SEBRAE RS.
O que classicamente entendíamos como “pecuária” está ultrapassado, precisamos rever e aceitar que a dinâmica do mundo mudou, forçando a ampliação das fronteiras e as interações da clássica atividade de criação de gado. Muito além das cercas que demarcam estabelecimentos rurais, a produção de carne se democratizou, virou assunto no cotidiano de muitos. Até ontem quem tratava de pecuária com o produtor eram agrônomos, veterinários e zootecnistas. Alguns administradores, economistas, engenheiros florestais e técnicos agrícolas também têm ajudado na modulação dessa atividade econômica, dando suas valiosas contribuições.
Muito pautado pelas necessidades modernas apontadas pela sociedade e pelas inúmeras oportunidades de avanço da pecuária nesta última década, outros profissionais passaram a integrar o que até ontem era de domínio exclusivo “de quem é do setor”. Nesta nova onda, engenheiros ambientais, poetas, publicitários, jornalistas e nutricionistas se somaram ao processo e se fizeram presentes.
Porém, para a felicidade deste setor – que é cerne da cultura gaúcha e brasileira – estamos estreitando relações com outros profissionais que passam a orbitar o nosso dia-dia. Neste sentido, é que dizemos: “Chefs de cozinha & neurocientistas: a pecuária precisa de vocês”.
Se aplicarmos a nossa lógica de analisar a cadeia (não mais do pasto ao prato e sim do prato ao pasto), percebe-se facilmente o posicionamento do consumidor como o grande maestro de toda a cadeia. Ele é o regente de uma sequência de operações que precisa culminar em carne que atenda às suas necessidades e preferências (indispensável considerar aqui os distintos perfis de consumidores). Próximo do consumidor, de forma cada vez mais intima e direta, encontra-se posicionada a figura do cozinheiro, do chef de cozinha, do assador. Estando ele em posição estratégica como o grande embaixador do nosso trabalho, é de vital importância que estejamos bem alinhados com esse profissional, ouvindo dele ativamente o que tem a nos dizer e imputando valores e conceitos, verdades pecuárias, para que transmita com eficiência nos distintos momentos oportunizados pela gastronomia. Só ganhamos com esse afinamento de atuação. A comunhão do fogo, panelas e assados tem um potencial enorme, que precisamos usufruir com inteligência.
O quanto avançamos nos últimos cem anos em conhecimento gerado em favor da criação e produção comercial de bovinos de corte é um feito a ser celebrado. Partindo de muita observação e experimentação cientifica, pesquisadores e técnicos materializaram em pacotes tecnológicos muito da informação gerada. Todo o avanço obtido pela pecuária brasileira se deve ao conhecimento gerado em instituições de ensino, densa carga de trabalho dos que vivem no campo e do empreendedorismo de produtores que puxaram para si o desafio de protagonizar um agronegócio competitivo. Porém, de forma distinta à velocidade em que esses conhecimentos foram gerados, está a adoção destas tecnologias e saberes por parte do produtor. Uma significativa parcela de produtores se mantém anestesiada, sem lançar mão de técnicas e saberes que foram há muito validados. Neste momento a questão que surge é, por quê? Por que uns se beneficiam há tempos do conhecimento, buscam novidades e avançam, enquanto outros negam o avanço da ciência e todas as possibilidades reais e elementares na base produtiva? Estamos num momento singular da caminhada da pecuária onde a questão não é mais o que fazer e como fazer. Pelo progresso do setor, precisamos todos nos dedicar às estratégias de convencimento e motivação de produtores. Este é o ponto! Não é uma questão técnica. A trava de muitos parece ser comportamental. Precisamos entender mais sobre o funcionamento do mágico cérebro humano e das suas infindáveis conexões. E como não somos nós os “especialistas” em comportamento humano, precisamos de vocês, neurocientistas. O avanço dos saberes gerados por vocês, somado ao constante avanço da tecnologia, é que vai fazer a diferença, determinando talvez quem fará ou não parte da próxima onda da pecuária de corte.
É salutar e desejável que tenhamos uma visão inclusiva. Todos os nossos esforços devem ter esse rumo, acreditando que a pecuária se fortalecerá quanto mais e mais gente vier fazer parte deste caldeirão de ideias, técnicas e oportunidades. Bons negócios a todos.
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