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Roger Scherer Klafke
Coordenador Estadual de Alimento e Bebidas do SEBRAE RS
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Com o avanço da tecnologia e das pesquisas, a conexão entre alimentação e saúde se tornou realidade. Usamos a alimentação para prevenir e até tentar curar doenças, algumas empresas já projetam alimentos que são medicamentos. Em breve, alimentos completamente personalizados para atender necessidades específicas serão desenvolvidos por empresas atentas a esse mercado.
Há anos, produtos como leite e cereais são enriquecidos com cálcio, magnésio e vitaminas. Novos produtos estão surgindo com promessas mais ousadas. Depois das bebidas energéticas, já surgiram produtos que ajudam a relaxar e até a se concentrar (como as barras da IQ BAR). Parcerias entre a indústria farmacêutica e alimentícia focam em pessoas com algum tipo de doença, sensibilidade, gravidez ou na terceira idade (alimentos para idosos são um mercado em expansão). Para idosos, os alimentos são enriquecidos com proteínas que combatem deficiências e possuem textura que facilita a ingestão ou para comer sem talheres (para pessoas com Alzheimer).
A Danone lançou o Souvenaid, uma bebida de iogurte enriquecida com vitaminas e nutrientes projetados com base em pesquisa do MIT, com o objetivo de aumentar a produção de novas sinapses e restaurar conexões entre áreas do cérebro (vendido em alguns países e usado sob supervisão médica). Na China, a Nestlé lançou um leite em pó projetado para combater o declínio cognitivo em pessoas com mais de 50 anos.
Outro destaque são os probióticos, microrganismos vivos que podem ter efeito positivo na saúde. As vendas globais de probióticos cresceram de 30,4 bilhões de dólares em 2010 para 39,9 bilhões em 2016. Na China, este mercado está em crescimento e os probióticos são adicionados em bebidas (águas e sucos de frutas) e até mesmo nas batatas fritas. Alimentos fermentados como a kombucha e o kefir, fontes de probióticos, têm sido tão bem-sucedidos que grupos como a PepsiCo compraram startups e desenvolveram marcas próprias. No entanto, alerta-se que a eficácia dos probióticos adicionados aos alimentos não é consenso entre pesquisadores.
Apesar de o mercado apresentar oportunidades, inovar e lançar novos produtos dependem das autorizações dos órgãos competentes, como o FDA nos EUA, o EFS na Europa e a ANVISA no Brasil. Na Europa, estes produtos são aprovados apenas quando apoiados por pesquisas científicas de alto nível. Diversas alegações relativas aos probióticos foram rejeitadas e empresas como a Danone abandonaram o pedido de autorização para produtos na Europa.
Pesquisas recentes sugerem projetar alimentos personalizados, perfeitamente adaptados às exigências alimentares de cada pessoa. A startup israelense DayTwo, já desenvolveu um método para prever a resposta glicêmica de uma pessoa a um alimento ou uma combinação de alimentos específicos com base na análise genética. Serviços desse tipo são abordados com cautela, pois pesquisadores acreditam que o conhecimento científico não é completo o suficiente para sugerir recomendações confiáveis.
Mesmo assim, a startup americana Habit, por 299 dólares, envia um kit para exames de sangue, amostras de DNA, questionário para medições de peso e preferências alimentares. Um laboratório analisa os resultados que vão para uma plataforma que aponta as necessidades nutricionais da pessoa e gera recomendações. A empresa ainda oferece suporte de profissionais que explicam e conectam os resultados a outros dispositivos como o Fitbit (de exercícios e dados de calorias) e ao serviço de entrega de refeições personalizadas.
O Grupo Campbell investiu 32 milhões de dólares na Habit e apesar de promissor, por enquanto, o interesse dos clientes é baixo e direcionado para alguns países como a Rússia e China. Destaca-se que a eficácia dos testes genéticos é contestada por pesquisadores que reduzem a importância desse teste e defendem abordagens que incluam fatores sociais e antropológicos.
O mercado de alimentos personalizados é uma oportunidade, mas existem barreiras para escalar estes produtos como a necessidade de profundidade no diagnóstico médico inicial e o tempo necessário para analisar resultados. Reproduzir regularmente esse diagnóstico para medir a evolução do paciente/consumidor, a confidencialidade dos dados e os custos de produção para pequenas quantidades de produtos personalizados também são pontos a melhorar. Aperfeiçoar o conhecimento sobre os benefícios para a saúde de determinados alimentos e formular recomendações personalizadas não garante que os consumidores estarão dispostos a aceitar as sugestões. Muitos aspectos relacionados à alimentação como o prazer, a sociabilidade, as tradições, a cultura e as restrições econômicas, impactam fortemente o comportamento do consumidor, que nem sempre é regido pela razão.
Este texto é uma adaptação com tradução livre do estudo “FutureLab 2030”, apresentado na SIAL 2018.
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