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Andrés Delgado Cañedo
Professor da Universidade Federal do Pampa – Campus São Gabriel
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Assim como aconteceu em 2014 e 2015, novamente o clima conspirou contra os apicultores do Rio Grande do Sul. Forneceu um inverno pouco rigoroso, sem necessidade de grandes manejos e com caixas muito fortes no ingresso da primavera, mas o que é o presságio de super-safra se converte num pesadelo quando as chuvas no meio da florada de primavera não dão trégua e todo o mel produzido nos dias de sol termina sendo consumido pelas abelhas para manter o tamanho dos enxames, diminuindo as expectativas econômicas dos apicultores. Contudo, as consequências econômicas dos apicultores nestas condições, também é reflexo da falta de diversificação nesta importante matriz produtiva, pois os indivíduos da colmeia que coletam néctar não são os mesmos que coletam própolis e pólen, possibilitando obter mais de um produto da colmeia ao mesmo tempo. Aliás, ao contrário do que acontece com a oferta de néctar que bloqueia com a chuva, as fontes de pólen e própolis são mais contínuas; ressaltando que estes produtos da colmeia podem ser facilmente colhidos, não precisam de maturação e não seriam consumidos pelas abelhas.
Atualmente, os apicultores gaúchos não encontram estímulos na produção de pólen e própolis por três motivos: o primeiro é a extensão apícola (que é pouca) destinada quase que exclusivamente à produção de mel, segundo é a falta de dados estatísticos que permitam demonstrar a produtividades de cada produto nos diferentes microclimas do estado e por último o baixo valor agregado dos produtos do nosso estado por falta de estudos científicos que demonstrem suas atividades biológicas, principalmente na saúde humana.
No caso da própolis, o mundo reconhece como própolis brasileiras unicamente as própolis verde e a vermelha, com preços do Kg de material bruto que chega aos R$ 200,00 e R$ 500,00, respectivamente. Já as própolis gaúchas têm valor reduzido pela falta de estudos. Segundo o Eng. Edson Jobim, da empresa apícola Zunn – Alimentos Saudáveis, a própolis em tira produzida no norte do estado (Cambará) está sendo comprada num valor de aproximadamente R$ 70,00 o Kg de material bruto e na própolis de raspagem do sul do estado se paga menos de R$ 30,00 por Kg, quando comprada.
Se levarmos em consideração que, em média, seria possível a produção de 1 Kg de própolis por colmeia, no valor de R$ 70,00 por Kg estaríamos produzindo economicamente o equivalente a 7 Kg de mel para comercialização a granel; porém, sem forcejar, com o maquinário composto por uma faca e um pote, sem mexer na estrutura interna colmeia e sem prejudicar a produção de mel.
Os estudos parciais do nosso grupo demostram que a própolis do norte do estado possui atividade biológica similar ou superior à da própolis verde e a própolis do sul apresenta atividades próximas da própolis vermelha. Então, por que o valor é tão baixo? A resposta é simples, enquanto nossas própolis não têm estudos, as própolis verde e vermelha possuem individualmente mais de 200 artigos publicados em revistas internacionais e muitos outros em revistas nacionais.
Nossa própolis é um diamante bruto, acho que está na hora de organizar este setor produtivo para lapidar melhor o produto, aumentando seu valor agregado e permitindo ao apicultor uma nova fonte de renda a ser trabalhada no apiário, concomitantemente com a produção de mel.
Prof. Dr. Andrés Delgado Cañedo
Universidade Federal do Pampa – Campus São Gabriel
Programa de Pesquisa e Extensão em Apicultura do Pampa (APIPAMPA)
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