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Maristela Mendonça Krügel
Especialista em Produção, Tecnologia e Higiene de Produtos de Origem Animal- UFRGS; sócia-proprietária da Empresa Agronegócios Loreto e Krügel Ltda.; Instrutora Senar-RS; Consultora Sebrae RS
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Como vimos no artigo anterior, que pode ser acessado CLICANDO AQUI, as abelhas são, dentre os animais, os principais polinizadores da flora do planeta, sendo responsáveis por mais de 70% das polinizações. Elas respondem pela polinização de mais de 50% das plantas das florestas tropicais e no Cerrado, chegando a polinizar mais de 80% das espécies vegetais. Segundo a FAO, as abelhas seriam responsáveis pela polinização de 73% das plantas cultivadas, que são utilizadas de forma direta ou indireta na alimentação humana. Das 57 espécies de plantas mais cultivadas em todo o mundo, 42% delas dependem das abelhas para sua polinização.
Quando abordamos o tema, existe uma cobrança intrínseca aos produtores de alimentos, que estejam atentos, informados e orientados sobre suas responsabilidades ao produzi-los. Mas nos esquecemos de que existem outros produtos dependentes da abelha e de um consumidor, e estes também estão envolvidos nesta cadeia produção / produtividade / produto / consumidor.
Apesar da sua importância para garantir alimentos de qualidade, aumentar a produção agrícola e, consequentemente, o lucro do agricultor, uma pesquisa inédita realizada pelo Ibope, encomendada pelo projeto Polinizadores do Brasil (2010-2015), constatou que 78% da população adulta brasileira desconhece ou nunca ouviu falar no termo polinização.
A manutenção da biodiversidade depende deste serviço ambiental que é a polinização, tornando-se essencial para a produção de diversos alimentos. A conservação dos polinizadores, em geral, é vital, não só para o aumento sustentável da produtividade agrícola brasileira, mas a vida animal e vegetal.
Apesar de o tema ser atual e presente no cenário agrícola, ainda faltam estudos para medir a importância econômica da polinização no Brasil. Poucos são os estudos e pesquisas a respeito do tema no País.
Nos EUA, estima-se em bilhões de dólares por ano o valor da polinização realizada apenas por abelhas nativas, sem considerar as introduzidas Apis mellifera. Uruguai e Argentina alugam colmeias para pastagens; e o Chile se utiliza deste processo para o aumento e melhoria na qualidade de frutas.
Além da falta de estudos econômicos, o cenário brasileiro padece de um problema cultural, onde não se abordam o assunto com a profundidade necessária. Existe uma ênfase muito maior sobre novas variedades, novos produtos e nas técnicas de cultivo, ficando os processos de polinização em segundo plano.
Ainda que não haja a valorização necessária no País, a polinização já é usada em duas culturas de grande expressão econômica: maçã, principalmente, em Santa Catarina, e o melão, nos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Essas culturas utilizam o aluguel de colônias de Apis mellifera, gerando bons negócios para os apicultores e produtores das frutas.
Nesse contexto e por desconhecimento dos produtores, algumas grandes culturas, como soja e canola, poderiam aumentar seus níveis de produtividade se forem adequadamente polinizadas. Segundo alguns estudos, na soja esse ganho pode chegar de 31,7% a 58,6% no número de vagens, 40,13% no peso da vagem, 29,4% a 82,3% no número de sementes, 95,5% na viabilidade das sementes e 9% a 81% no peso das sementes.
Entre as recomendações de boas práticas agrícolas para a manutenção dos agentes polinizadores, algumas delas são comuns para todas as culturas. “Manter a vegetação natural próxima às lavouras, ter plantios consorciados com outras culturas, disponibilizar fontes de água para os polinizadores e evitar práticas destrutivas aos seus ninhos são ações simples que favorecem a visitação dos agentes, bem como cuidar com o uso de produtos químicos, que em alguns casos pode reduzir em mais de 80% o número de visitas dos agentes polinizadores às flores” é uma avaliação feita pela especialista Vanina Antunes, do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade).
A polinização é um trabalho gratuito fornecido pelos ecossistemas naturais, chamados “serviços ecossistêmicos”, e estima-se que correspondam a cerca de 10% do PIB agrícola, representando a incrível cifra superior a US$ 200 bilhões/ano no mundo, não podendo ser tratados como irrelevantes. Os serviços ecossistêmicos não se restringem somente aos processos de polinização, mas também aos alimentos produzidos pela natureza, os recursos genéticos presentes no ambiente, os processos de purificação de água, regulação do clima e doenças e pragas, fornecem suporte para a produção de todos os outros, como a formação de solos, a ciclagem de nutrientes, a fotossíntese, dentre outros, além de benefícios culturais, geração de conhecimentos, valores educativos, ecoturismo, etc.
Polinização é um assunto pertinente, que exige pesquisa, estudos, informação. Os polinizadores dependem de mim, de todos nós. Façamos a nossa parte, as abelhas estão tentando fazer a delas.
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