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A retomada dos preços pecuários

atualizado em: 16/10/17
Roberto Grecellé

Roberto Grecellé

Coordenador estadual de pecuária de corte do SEBRAE RS.

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Em um exercício de ampliação da visão sobre o mercado pecuário, é oportuna uma abordagem do prato ao pasto (sim, não mais do pasto ao prato) e entendermos o que está ocorrendo nos lares brasileiros

O que vai acontecer com o preço do boi gordo no Rio Grande do Sul e no país? Talvez essa seja a pergunta do momento, grande indagação de produtores e profissionais que atuam em pecuária de corte.

As opiniões são múltiplas, algumas divergentes. Contudo, é necessário buscar um entendimento mínimo e construir um raciocínio lógico que oriente os que atuam no mercado pecuário, principalmente aqueles que têm gado pronto saindo das pastagens de inverno e que irão para abate nos próximos 60 dias.

A pecuária é feita de ciclos. Nos últimos 12 meses, experimentamos um mergulho da curva dos preços, agravado em muito pelo momento político do Brasil, na esteira da “Operação Carne Fraca” e da bombástica delação da JBS. Sobre estes ciclos, recomendo a leitura do livro “Economia da Pecuária de Corte”, de Ivan Wendekin. Simples, direto e objetivo.

Num movimento atípico, o RS praticou preços acima da média paulista e brasileira nos últimos 8 meses. E porque isso aconteceu? Dois fatores importantes para este contexto são o rearranjo no setor industrial (frigoríficos) em todo o território nacional e a saída de animais em pé para mercados nacionais e internacionais – operadores de mercado levando animais para confinamentos de SP, MT, PR, MS e os navios sendo carregados com gado para os países árabes, sobre tudo Turquia e Egito.

 

Em um exercício de ampliação da visão sobre o mercado pecuário, é oportuna uma abordagem do prato ao pasto (sim, não mais do pasto ao prato) e entendermos o que está ocorrendo nos lares brasileiros e quais são os atuais hábitos de consumo em relação a carne bovina. Desta forma, com entendimento e clareza de rumo do consumo, podemos planejar e estimar o que vai acontecer no mercado pecuário.

Mergulhado em um emaranhado de escândalos políticos, o país se aprofundou em uma recessão econômica, que levou a marca histórica de 14 milhões de desempregados. Sem emprego, a renda é dilacerada. Com os ganhos mensais comprometidos, cai junto (e na mesma intensidade) o poder de compra, inclusive o de carne bovina. É claro que isso é mais evidente nas classes econômicas C, D, e E.

Confirmada a segunda melhora trimestral consecutiva do PIB BR, experimentaremos uma leve redução no desemprego; talvez regressemos à 11 milhões até o final do ano. É sabido que assim que as pessoas recuperam seu emprego, por um período variável de 3 a 6 meses eles pagam suas dívidas e retomam seus padrões de consumo, dentro deles o de carne bovina. Se essa linha se confirma, aumentará a demanda, contribuindo para aumento (manutenção) nas cotações dos animais para abate.

Soma-se a isso o fato de que o brasileiro “aprendeu” a comer carne boa. A valorização cada vez maior das boas experiências gastronômicas e da carne de qualidade coloca o Rio Grande do Sul em posição de vantagem, já que somos um grande repositório de animais de qualidade, produzidos à pasto, que resultam em porções nobres de carne, capazes de atender mercados exigentes.

Se tudo isso se confirmar teremos nos próximos dias um aumento na demanda por carne bovina, e esse aumento deve refletir positivamente nos preços pecuários.

É importante destacar que a queda no preço do boi gordo foi grande, mas no RS caiu menos. Portanto, de forma compensatória, neste período de ajuste, que aponta para inauguração de um novo ciclo positivo, é normal que o crescimento relativo aqui no estado seja menor que nas outras praças. A tendência é que os principais estados pecuários (SP, MT, MS, GO, RO, PR) nos alcancem em cotação.

É possível afirmar que é isso mesmo o que vai acontecer? O preço do boi gordo vai subir? Impossível confirmar qualquer comportamento com totalidade de certeza. Esta é uma singela leitura de mercado que com lógica e encadeamento de fatores aponta para uma fase positiva do ciclo pecuário. Obviamente não estão previstos nesta conjuntura novos incidentes políticos e tropeços macroeconômicos. Se isso acontecer, pode desandar tudo novamente. Prefiro acreditar num futuro promissor e que teremos bons dias pela frente. Bons negócios a todos!

 

Gostou deste artigo? Quer saber mais sobre o mercado da pecuária?

Assista o vídeo Bovinocultura de corte – Mercado

 

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